Luís Urbano, da Cinetoscópio, afirma à TSF que a empresa teve esta quarta-feira luz verde para visitar o Cinema Monumental e avaliar a viabilidade de tomar conta das salas de cinema, que destaca estar dependente "da vontade do proprietário".
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A Cinetoscópio tentou, em maio, ficar com as salas do cinema Monumental, em Lisboa, encerrado desde 2015, mas a nova dona do edifício não quis, alegando que tinha "outros planos" para o edifício. Mas entretanto a situação alterou-se.
Luís Urbano, da Cinetoscópio - a empresa que gere a sala de cinema Fernando Lopes, também em Lisboa -, explica, em declarações à TSF, que em maio contactou os novos proprietários do espaço para demonstrar o interesse da empresa "em desenhar projetos para explorar as salas de cinema e pedir para visitar o espaço".
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"Na altura, em maio, nós fizemos um contacto com o proprietário do cinema Monumental - a MP Monumental - e fizemo-lo através do BPI, que acabou por intermediar esse contacto", conta Luís Urbano.
No entanto, a resposta que a Cinetoscópio obteve foi que já existiam "outros projetos para aquele espaço", que inclusive aguardavam "a autorização da Câmara Municipal de Lisboa", pelo que apenas voltariam a contactar a empresa de cinema "caso alguma coisa corresse mal com esses outros projetos", cuja "natureza" também não foi explicada.
Quando a questão se tornou pública, com a proprietária do Monumental a dizer que não havia viabilidade para continuar com as salas de cinema, o Ministério da Cultura
foi envolvido no caso.
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Luís Urbano destaca, então, que para que seja possível "alterar o tipo de atividade prevista para aquele espaço, por força da lei", o proprietário "está obrigado a solicitar" essa mudança.
"Só o Ministério da Cultura é que é competente para aprovar a demolição de um espaço antigamente destinado só a salas de cinema, ou para a sua de desafetação dessa atividade. Ou seja, o senhor ministro vai ter de tomar a decisão se tem os elementos suficientes para desafetar ou não desafetar", sublinha.
O ministro Pedro Adão e Silva está, até ao final do mês, a ouvir várias entidades do setor para tentar encontrar soluções e Luís Urbano garante que o governante já sabe que a Cinetoscópio está interessada no cinema Monumental.
Desde então, a agência de comunicação que representa a dona do Monumental contactou a Cinetoscópio e a empresa de Luís Urbano teve esta quarta-feira luz verde para visitar o espaço e avaliar a viabilidade de tomar conta daquelas salas de cinema.
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Ainda assim, empresa de cinema afirma que, mesmo que o Ministério da Cultura decida manter as salas, o negócio está sempre dependente do dono do edifício.
"O proprietário pode dizer 'ok, venham cá, estudem', nós apresentamos uma proposta e o proprietário diz 'ok, tudo bem, desde que me paguem uma rende de um milhão de euros por mês, eu cedo-vos o espaço'. Estou a dizer isto por absurdo, mas isto pressupõe sempre uma vontade também do próprio proprietário em negociar", reitera, insistindo que a alteração do propósito do espaço "é uma decisão da exclusiva responsabilidade do senhor ministro".
A empresa dona do Monumental - que agora alberga um banco - enviou um requerimento ao Ministério da Cultura para poder acabar com as salas de cinema inativas e usar o local para outras funções.