Em dia de Benfica - FC Porto, a TSF foi conhecer dois espaços onde a paixão pelo futebol se mistura com as especialidades gastronómicas de Lisboa e Porto.
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O aviso é feito logo à entrada. "Caracol só a partir do dia 2 de Maio, mais ou menos". É o ex-libris desta cervejaria situada na estrada de Benfica, não muito longe do Estádio da Luz. Dá de resto nome à casa: "409: O rei dos caracóis".
Luís ribeiro é o proprietário do estabelecimento há mais de 40 anos. Com a mulher e o filho gere a pequena cervejaria, muito procurada em dias de jogo do Benfica. É caso do encontro com o Fc Porto, esta sexta-feira. "Sempre que haja jogo no Estádio da Luz, há reservas. Mesmo que seja contra o Chaves".
Quem ali vai, fá-lo pelos petiscos. E entre eles, o caracol é rei. Num bom dia são cozinhados "mais de 50 quilos", explica Eugénia, a mulher do proprietário.
Toda a família sabe como confecionar este prato característico da cidade de Lisboa. E não há segredos.
Segundo Luís Ribeiro, a par da escolha de caracol de qualidade é muito importante o processo de lavagem. "Tem que se saber lavar e é preciso esperar que ele saia para ficar todo com a cabecinha de fora para ser consumido sem que seja necessário andar com o palitinho à procura do caracol". Só aí os caracóis estão prontos a seguir para a panela onde não pode faltar "o alho, por exemplo, o sal e o picante". Ah, é verdade! Segundo Luís, o melhor caracol é o do Algarve.
Um dos melhores clientes do espaço é Ricardo Araújo Pereira, "o nosso cliente destruidor de caracóis", revela Luís Ribeiro de forma afetiva.
Também por ali costumava passar um dos ídolos do Benfica. "Sabe que a nossa casa era frequentada pelo Michel Preud"homme?", questiona o proprietário, um acérrimo benfiquista.
À pergunta sobre a origem da devoção, o "monarca" dos caracóis responde que já nasceu benfiquista". Tal como o resto da família. Mulher e dois filhos. Sobre o desfecho da partida restam poucas dúvidas. Luís garante que o Benfica vai ganhar. "Espero que este ano volte a ser campeão".
Francesinha, "o autêntico sabor do Porto"
"A francesinha é o autêntico sabor ao Porto. Quem quiser saber a que sabe o Porto vem cá e come uma francesinha", garante Rui Pereira, responsável pelo Café Santiago, onde diariamente são servidas centenas de francesinhas.
O segredo está no molho, uma espécie de poção mágica. "Cada ingrediente é uma variável e nas suas devidas quantidades dá uma equação difícil de resolver. O molho leva cebola, refogado, alho, louro, uma base de carne, uma mistura de bebidas interessantes e generosas... a que nós chamamos de essência; é uma mistura calculada de algumas bebidas interessantes".
Rui Pereira diz que a qualidade dos produtos também faz toda a diferença.
"As carnes têm de ser tenras e sem gorduras, a salsicha é fresca, do dia, é feita quase na hora. Todos os produtos são de qualidade, desde o queijo, ao fiambre, mortadela, o próprio pão convêm ter a consistência própria para francesinha".
Um café no centro da cidade do Porto que é frequentemente visitado por adeptos dos azuis e brancos.
"O André Villas Boas é quase da casa; há outras pessoas, treinadores como o Carvalhal, adjuntos do Mourinho, jogadores também", diz o proprietário.
As visitas não passam sem ouvir uns "bitaites" sobre bola. "Não resistem à tentação de dar uma tática, uma opinião".
Rui Pereira é portista, o clássico desta noite é um teste à esperança. "A fé é grande, a esperança também e é certo que, dê por onde der, somos portistas na mesma", garante.