O edifício, que já foi do Instituto de Socorros a Náufragos, na Foz do Douro, é hoje ocupado por um restaurante que continua na moda e oferece vários tipos de valências. Das refeições ligeiras às mais substanciais, tem como denominador comum uma cozinha em que coexistem clássico e moderno.
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A foz do rio Douro, junto da qual foi construído o castelo de S. João onde era içada a bandeira que autorizava os barcos a demandarem a barra, é um local de encantamento e de memória de tragédias.
Do vapor Porto, em 1852; do navio alemão Deister e de muitas outras.
«Uma entrada perigosa, repleta de inúmeros e inesperados penedos, emergentes uns, encobertos outros, provocava repetidos e trágicos naufrágios».
Este o retrato da barra do Porto, assim denominada, em 1789, na «Descripção topographica e historica da cidade do Porto», da autoria de Agostinho Rebello da Costa.
O índice de perigosidade da barra justificou a construção de um edifício para nele ser instalado uma unidade de Socorros a Náufragos.
Junto à embocadura de um rio outrora mais temperamental e de excessos, hoje com um caudal domado pelas barragens na corrida para o mar onde proeminentes molhes atenuam fúrias descabeladas.
A privilegiada localização do edifício, desativado num passado recente, teve aproveitamento primoroso: o Oporto Café ocupou o espaço e desde então transformou-se num caso de sucesso, no topo do Passeio Alegre e na vizinhança do castelo de S. João da Foz, zona turística por excelência.
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A parte exterior, totalmente envidraçada, é um poderoso argumento para cativar quem opte por uma refeição, mais frugal ou com outra substância. Os tons de azul e branco dominam o espaço interior, confortável e decorado com bom gosto e ambiente informal. A madeira e o vidro são elementos preponderantes.
A ementa deste restaurante revela uma simbiose de clássicos com um toque de modernidade, condição essencial para satisfazer uma clientela cosmopolita.
Nas entradas, surgem vieiras salteadas com creme de batata e parmesão; crepes de gambas, rúcula e molho agridoce; carpaccio de novilho e folhados de alheira com molho agridoce, particularmente saborosos. Há tábuas com queijos e enchidos a darem um toque mais regional.
Nos pratos de peixe, as escolhas variam entre filete de robalo com meia desfeita de batata e legumes; bife de atum fresco grelhado com puré de batata-doce e couve chinesa e o lombo de bacalhau confitado com migas de broa e grão-de-bico, grelos e cebola caramelizada.
Opção pouco feliz, pela qualidade da matéria-prima, os filetes de pescada com risoto de lima.
Melhor nota para o magret de pato, cortado em fatias e acolitado por fresca salada.
Neste capítulo, há bifes clássicos - Wellington, o tradicional bife de lombo envolto em massa folhada; à Oporto, com molho de alho e natas e ainda o bife tártaro.
Naco de vitela laminada com três molhos e rosbife com esparregado e batata chips completam as escolhas.
Nas sobremesas, destaque para o bolo de noz com ovos moles e para as canilhas com leite creme.
Boa garrafeira, com os vinhos do Douro em maioria. Serviço simpático neste restaurante com localização soberba e um manancial de opções para todos os apetites. Oporto Café, na Foz do Douro.
Onde fica:
Localização: Av. D. Carlos I, nº 8 (Jardim do Passeio Alegre), 4150-190 Porto
Telef.: 22 610 31 87