Cobertores, mantas, edredons. Associações auxiliam sem-abrigo nas noites frias
Em Lisboa e no Porto, as associações juntam-se aos apoios das autarquias para auxiliar as pessoas sem-abrigo.
Corpo do artigo
Com as baixas temperaturas que se fazem sentir em todo o país, as associações de apoio aos sem-abrigo mobilizam meios para proteger as pessoas que continuam sem um teto para dormir. Apesar dos esforços das autarquias de Lisboa e do Porto, ainda são muitos os sem-abrigo pelas ruas das cidades.
O coordenador do Centro de Apoios ao Sem Abrigo (CASA), Jaime Janeiro, contou à TSF que as equipas de rua, na noite de domingo, já distribuíram refeições e mantas.
"Cobertores, mantas, edredons. Tudo o que levaram ficou na rua, porque efetivamente estava muito frio. Nestes dias tenta-se fazer uma refeição calórica, de forma a que as pessoas consigam aguentar as temperaturas praticamente negativas.
O coordenador da CASA adianta que várias pessoas estão nos pavilhões disponibilizados pela Câmara Municipal. No entanto, é preciso apoiar os que continuam ao relento.
13192700
"Pediram-nos um reforço de roupas, bebidas quentes e facilidade de acesso a equipamentos para reduzir o risco. Uma grande parte dos sem-abrigo estão confinadas a pavilhões e outros lugares que a autarquia instalou. Há uma franja de pessoas que não foram para os pavilhões, e é a esses que estamos a dar apoio. Esta noite vamos distribuir sacos cama", explica.
A Câmara de Lisboa admite acionar o plano de contingência para pessoas em situação de sem-abrigo por causa do frio que se sente na capital.
Também no Porto, por causa do frio, mais de 40 pessoas em situação de sem-abrigo pediram ajuda à autarquia, que disponibilizou estruturas de acolhimento provisório. Fernando Paulo, coordenador do Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo
"As instalações do antigo hospital Joaquim Urbano, onde temos um centro de acolhimento temporário. Neste momento já aderiram 20 pessoas, desde 31 de dezembro, que previamente foram testadas à Covid-19. Conseguimos ainda seis vagas para estruturas de acolhimento provisório em Campanhã, onde estão três pessoas."
Fernando Paulo explica que a estação de metro do Porto também está a ser utilizada para dar abrigo, em média a 18 pessoas, das 21h00 às 08h00.
O coordenador do Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo disse ainda que há várias pessoas que se recusam a sair da rua e, por isso, é preciso ajudá-las.
"Garantimos durante a noite o reforço de cobertores e bebidas quentes. Tentamos convencer as pessoas a aceitar estruturas de acolhimento, mas ainda há cerca de 40 que não admitem deixar as ruas. Por isso, a partir das 21h00, as nossas equipas voltarão a percorrer as ruas," garante.
O tempo frio vai prolongar-se, em todos os distritos do Continente, com avisos amarelos do Instituto Português do Mar e da Atmosfera até quarta ou quinta-feira.
13193061