
Hospital dos Covões
As urgências do Hospital Geral do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra encerram à noite a partir do dia 28 de maio.
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O anúncio foi feito pelos presidentes do conselho de administração do Centro Hospitalar e Universitário (CHUC), José Martins Nunes, e da Administração Regional de Saúde do Centro (ARS-Centro), José Tereso.
O serviço de urgência do vulgarmente conhecido Hospital dos Covões deixará de estar aberto aos utentes entre as 20:00 e as 09:00, mas, durante os três meses seguintes, equipas do INEM irão manter-se no local, para que um doente menos informado possa ser transportado para as urgências dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), avançou José Martins Nunes.
O Hospital Geral dos CHUC tem uma área de influência que abrange 368.622 habitantes de vários concelhos dos distritos de Coimbra e Leiria: Coimbra (duas freguesias, com 24 mil residentes), Montemor-o-Velho, Soure, Condeixa-a-Nova, Penela, Alvaiázere, Ansião, Castanheira de Pêra, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande, e é uma referência para doentes enviados pelos hospitais da Figueira da Foz, Leiria e Pombal, segundo consta do sítio na internet da unidade hospitalar.
O fecho das urgências na margem esquerda do Mondego durante a noite prende-se com a reestruturação, em curso, no recém criado CHUC, que congrega oito hospitais - dois centrais (Hospital dos Covões e HUC), um pediátrico, três psiquiátricos (Sobral Cid, Arnês e do Lorvão) e duas maternidades.
«A concentração da urgência polivalente noturna nos HUC-CHUC e a rentabilização de escalas de serviço deverão permitir, na maioria das especialidades, ganhos de produtividade, que conduzam a ganhos em resultados de saúde e redução de custos operacionais, encaminhando recursos (humanos e financeiros) para outros projetos que tenham impacto direto na qualidade e acessibilidade», disse José Martins Nunes.
Aos jornalistas, o responsável garantiu que as urgências dos HUC, que passarão a ter mais um médico entre as 00:00 e as 08:00, terão capacidade para absorver os cerca de 40 utentes (dos quais apenas um com prioridade "vermelha", máxima), que, em média, acorrem durante a noite aos Covões.
«Não se justifica, num espaço de cinco quilómetros, haver duas urgências em período noturno», considerou Martins Nunes, sublinhando que, com a mudança anunciada, os utentes das urgências dos Covões, que em média demoravam «5,4 dias à espera de vaga» para internamento, nos HUC passarão a aguardar «apenas 12 horas».