O presidente diz que os bancos não deviam ter emprestado tanto dinheiro à câmara municipal. A autarquia precisa de um empréstimo de 35 milhões de euros.
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O presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia admite que a autarquia está numa situação «limite» e vai ter de avançar para um plano de saneamento financeiro. Entre outras medidas, é preciso um empréstimo bancário, de longo prazo, que deverá rondar os 35 milhões de euros.
Em declarações à TSF, Eduardo Vítor Rodrigues explica o plano que apresentou esta sexta-feira na reunião de câmara. A autarquia de Gaia tem dívidas globais de cerca de 300 milhões de euros, mas o atual presidente não culpa o anterior presidente, Luís Filipe Menezes, e prefere apontar o dedo aos bancos que emprestaram dinheiro em excesso.
Por uma pequena margem, a câmara consegue não precisar de recorrer ao Fundo de Apoio Municipal (FAM), que limitaria muito as políticas do município. Contudo, esta não é uma hipótese totalmente posta de parte pois existem dois processos em tribunal que podem custar, cada um, perto de 30 milhões de euros à autarquia.
Sem ter recorrer ao FAM, Gaia está no entanto obrigada a avançar para um plano de saneamento financeiro que vai ter de ser visado pelo Tribunal de Contas. A proposta, que será discutida na reunião de câmara de 8 de setembro, prevê transformar para longo prazo a dívida de curto e médio prazo, recorrendo a um empréstimo bancário que deverá rondar os 35 milhões de euros.
Sobre a anterior gestão da autarquia, Eduardo Vítor Rodrigues sublinha que Luís Filipe Menezes fez uma «obra importante» em Gaia. Contudo, «os bancos excederam-se na forma como libertaram dinheiro para alguma economia e para as autarquias», «aproveitando-se da gula dos municípios em fazer obra de visibilidade pública».
Sem querer «julgar o passado», o atual presidente da câmara de Gaia defende que os bancos deviam ter olhado para a autarquia de outra forma e assim não seria possível a um presidente endividar o município».