Com dois deputados e muitos nomes de Cotrim, Rui Rocha "preparado" para qualquer eleição na IL
Rui Rocha deu a conhecer os nomes para a sua direção e prometeu eleger nas Eleições Europeias, assim como na Madeira.
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Com dois deputados na lista à Comissão Executiva, Rui Rocha aposta numa equipa com "experiência política", a "que junta renovação", para tentar suceder a João Cotrim de Figueiredo na liderança da Iniciativa Liberal (IL). Dos 25 nomes, 14 transitam da atual direção.
A deputada Joana Cordeiro estreia-se como candidata à direção liberal e junta-se a Bernardo Blanco, que já faz parte da equipa de João Cotrim de Figueiredo. Rui Rocha conta com o apoio de grande parte da bancada parlamentar.
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Ao contrário da lista de Carla Castro, que tem apenas dois vice-presidentes, Rui Rocha aposta em quatro membros para a vice-presidência, entre eles o deputado Bernardo Blanco, que ficará responsável pela política nacional.
O até agora vice de João Cotrim de Figueiredo, Ricardo Pais Oliveira, também transita para a equipa de Rui Rocha, que escolheu ainda Angélique Da Teresa, deputada na Assembleia Municipal de Lisboa, e Ana Vasconcelos Martins, cabeça-de-lista pelo círculo dos Açores nas eleições legislativas de 2019, para completarem a vice-presidência.
A deputada municipal Angélique Da Teresa, que é uma das novidades, ficará com o pelouro da política local, "para apoiar autarcas e núcleos", uma das apostas de Rui Rocha para tentar expandir o partido além de Lisboa e do Porto.
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O candidato chamou membros de dez distritos, incluindo Bragança e Castelo Branco, que têm pouca representação eleitoral, e também das regiões autónomas dos Açores e da Madeira.
O atual secretário-geral, Miguel Rangel, mantém o cargo que ocupa desde a direção de Carlos Guimarães Pinto, caso Rui Rocha vença as eleições de janeiro.
O líder parlamentar Rodrigo Saraiva, que pertence à atual direção e é um dos braços direitos de João Cotrim de Figueiredo, vai deixar a comissão executiva do partido, já que não faz parte de qualquer das listas.
Sem nunca mencionar a adversária, Rui Rocha não esqueceu Carla Castro
Na apresentação da lista, já depois de cada um dos candidatos ter subido ao palco, Rui Rocha definiu os objetivos, defendeu uma visão de dez anos para o país, e sem nunca referir o nome da adversária, não esqueceu Carla Castro.
Apesar de a oposição definir a lista como "de continuidade", pelos vários nomes que transitam da atual direção, Rui Rocha prefere defini-la pelo "sucesso" e conquistas dos liberais.
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"Na IL valoriza-se o sucesso, valoriza-se as pessoas que têm sucesso, nós nãos nos envergonhamos do sucesso. O sucesso também está aqui", atirou, recebendo vários aplausos da plateia.
Os críticos argumentam que Carla Castro se prepara para ceder à ala conservadora do partido, para ganhar votos na corrida à liderança, e Rui Rocha garante que com ele "há garantias da independência da IL".
"Teremos independência total, relativamente a todos os interesses e lobbies que pudessem ter interesse numa IL dócil, manipulável e maleável", acrescentou.
Para o futuro, Rui Rocha promete uma visão para dez anos, caso seja eleito, onde "Portugal não terá a Roménia a ultrapassá-lo" e os doentes não vão esperar "um ou dois anos" por uma operação no Serviço Nacional de Saúde.
Rui Rocha quer eurodeputado e eleger na Madeira
Quanto às promessas eleitorais, Rui Rocha garante que vai manter várias bandeiras liberais, como a redução dos impostos ou as privatizações, mas com uma política mais próxima das pessoas e "fora dos gabinetes".
No ambiente, se for eleito, o deputado vai avançar com uma proposta para garantir uma maior eficiência na utilização da água e "desenvolvimento de projetos de dessalinização".
Fica ainda a promessa para a revisão do calendário escolar, já depois de o partido ter conseguido aprovar na Assembleia da República a antecipação dos resultados de acesso ao ensino superior.
Quanto aos objetivos eleitorais para os próximos dois anos, Rui Rocha promete eleger nas Eleições Europeias, assim como na Madeira, e criar um grupo parlamentar nos Açores. Em caso de crise política, o deputado liberal garante estar "preparado para qualquer eleição que possa surgir".
As eleições para a sucessão de João Cotrim de Figueiredo vão decorrer a 21 e 22 de janeiro, na convenção eletiva do partido. Os membros liberais vão escolher o novo líder em Lisboa.
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Texto atualizado às 21h06