Arraiolos está entre os concelhos de risco moderado de propagação de Covid-19, escapando ao recolher obrigatório, mas o avanço da pandemia e as dificuldades dos turistas em movimentarem-se entre concelhos levaram ao cancelamento de muitas reservas para estes dois fins de semana prolongados. Isto depois de se ter chegado a prever enchente nas unidades hoteleiras e restauração.
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As mais de 30 bicicletas híbridas que há um mês passaram a ser atração turística em Arraiolos estão alinhadas na loja à espera de clientes. O fim de semana alargado prometia movimento, mas as sucessivas desistências provocados pelas restrições do estado de emergência anunciam que o negócio vai estar fraco.
Mário Domingues, o proprietário das bicicletas elétricas que garantem passeios à volta de Arraiolos, percebe o "receio das pessoas em saírem à rua, devido ao clima de insegurança", mas não se fica. À falta de clientes, convidou amigos para o hotel que gere no concelho, aproveitando estes dias para a promoção da terra.
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"Será um fim de semana mais íntimo, mais familiar. Vai estar cá gente que vai dinamizar, de alguma maneira, a economia local", sublinha, admitindo que o importante "é sempre fazer alguma coisa e nunca parar".
Ali perto, a Herdade da Calada, onde a produção de vinho e azeite se cruza com o enoturismo, Eduardo Cardeal justifica a ausência de clientes com "o medo que está instalado entre as pessoas", diz o empresário, para quem o cenário de crise turística se agravou com as restrições impostas à circulação entre os concelhos de risco mais elevado.
"Temos todas as condições de segurança, mas pessoas não se podem movimentar livremente. Não só para usufruir do nosso turismo, das nossas provas de vinhos e das nossas atividades, mas até mesmo para saírem de casa. Com tudo fechado à sua volta as pessoas ficam em casa", resume Eduardo Cardeal, assumindo que mantém as portas da herdade abertas. Pode ser que apareça algum cliente de última hora.