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O Fórum TSF desta segunda-feira falou com representantes do setor que se dizem preocupados com o impacto das novas restrições.
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Com as novas medidas anunciadas pelo primeiro-ministro este fim de semana, aumentam as limitações nas várias empresas do retalho, comércio e distribuição. O Fórum TSF desta segunda-feira falou com representantes do setor que se dizem preocupados com o impacto das novas restrições e pedem mais apoios ao Governo.
Entrevistado pelo jornalista Manuel Acácio, o presidente da Associação de Marcas de Retalho e Restauração de Portugal, Miguel Pina Martins, defende que o Governo tem de voltar a ajudar o setor, porque as limitações nos centros comerciais tornam difícil a manutenção das empresas.
"Aquilo que nos custa muito é que há um problema gigantesco: o facto de não haver qualquer tipo de apoios. Nós estamos, neste momento, a fechar os restaurantes mais cedo, estamos a deixar que as pessoas não possam entrar nas lojas e que tenham uma limitação muito grande das lojas. E, na realidade, há muito poucos apoios neste momento", sustenta.
Miguel Pina Martins garante que a situação das empresas é agora mais difícil do que no início da pandemia: "Neste momento, a preocupação é muito superior, porque as empresas não conseguem aguentar. É muito difícil conseguir-se aguentar o emprego e esta crise combate-se com o evitar de as pessoas irem para o subsídio de desemprego."
No mesmo plano, João Vieira Lopes, da Confederação do Comércio, concorda que a situação é grave e defende que o Governo deve agir em várias frentes, nomeadamente, "na área de fiscalidade", através de perdões fiscais, e aprofundando as medidas do lay-off simplificado.
Já o diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição também defende novas medidas de apoio adotadas a nível europeu e dá o exemplo da Alemanha.
"A chanceler Merkel anunciou que vai cobrir até 75% das vendas não efetuadas nas empresas com menos de 50 trabalhadores para compensar este período de confinamento. Ora, isto representa cerca de 10 mil milhões de euros de investimento por parte do governo alemão. É evidente que Portugal não terá os meios para ter uma atitude destas, mas está na hora de o Governo perceber que também tem de exercer a sua magistratura de influência na Europa para que haja uma resposta pan-europeia", explica.
Quanto às medidas anunciadas pelo Governo, Gonçalo Lobo Xavier considera que a limitação dos horários tem um efeito contrário ao que se pretende.
"Na opinião da APEV as limitações aos horários de funcionamento são sempre, por princípio, lesivas e contrárias ao efeito que se pretende, porque de cada vez que nós limitamos ou a abertura ou o horário de fecho dos espaços alimentares estamos a dizer às pessoas que têm menos horas do seu dia útil para fazer as suas compras. Ora, isso é limitativo e, no fim do dia, vai obrigar a que as pessoas se concentrem em determinadas horas", remata.
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