O diretor de conteúdos da RTP, Luís Marinho, acusa a comissão de trabalhadores de ter tentado "abafar" o caso do visionamento das imagens para proteger a direção de informação.
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No Parlamento, ouvido esta terça-feira na Comissão de Ética, Luís Marinho, diretor de conteúdos da RTP,garantiu que nunca foi contactado pela Governo e que nunca recebeu telefonemas de gabinetes de ministros sobre este caso, por isso desmentiu Nuno Santos, que diz ter sido alvo de um saneamento político.
«Não houve aqui qualquer nem tentativa nem efetivação de saneamento político disto ou daquilo», afirmou Luís Marinho.
O diretor de conteúdos da RTP revelou que só alguns dias depois soube que a PSP tinha estado nas instalações da televisão pública, para ver as imagens em bruto da manifestação de 14 de novembro, e os detalhes da "visita" foram dados pelo próprio diretor de informação, Nuno Santos.
«Aí foi-me dito já que a responsabilidade era de um sub-diretor. E eu disse 'se a responsabilidade é de um sub-diretor, a primeira coisa que tens de fazer é demiti-lo já'», revelou Luís Marinho, acrescentando que a resposta de Nuno Santos foi «'isso eu não farei'».
Luís Marinho acusou ainda a comissão de trabalhadores da RTP de tentar silenciar o caso.
«A comissão de trabalhadores quis silenciar o caso em conjunto com a direção de informação», afirmou Luís Marinho, porque "o que dava jeito era que as coisas tivessem acontecido ao contrário, ou seja, que tivesse sido o ministro a pedir, a administração a aceitar, o Luís Marinho a dizer 'façam favor de dar as imagens à polícia', e depois haver uma direção de informação a dizer 'nem pensar, estão aqui em causa as liberdades'».
«Ora como é que esta coisa acontece? Rigorosamente ao contrário. Não dá jeito, eu sei, mas foi assim que aconteceu», referiu o diretor de conteúdos da RTP.
Para esta quarta-feira estão previstas as audições de Vítor Gonçalves e Luís Castro.