A Câmara do Porto afirmou que, uma vez conhecido o número final de eleitores inscritos por lei, o presidente da autarquia tinha apenas 24 horas para encontrar centenas de delegados. A CNE diz que são 48 horas.
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A Comissão Nacional de Eleições contraria a Câmara do Porto relativamente às críticas na organização ao voto antecipado. A Câmara do Porto afirmou que, uma vez conhecido o número final de eleitores inscritos por lei, o presidente da autarquia tinha apenas 24 horas para encontrar centenas de delegados, num "suposto sorteio entre os seus munícipes".
A legislação não explica, de acordo com a autarquia, "como se notificam os referidos delgados a um sábado e como se obrigam a participar no processo eleitoral que desconhecem". Dizendo que a lei foi feita de forma "descuidada", a Câmara do Porto teme mesmo "a morte prematura do princípio do voto antecipado por mobilidade".
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O porta-voz da CNE, ouvido pela TSF, afirma, no entanto, que o período de que as autarquias dispõem é de 48 horas. "Não são 24 horas, são 48 horas. Hoje à meia-noite saber-se-á o número final, o que significa que que é o dobro do que é referido: toda a sexta-feira e sábado."
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João Tiago Machado admite, ainda assim, que a lei pode ser melhorada nesse aspeto. "Houve tempo para corrigir, houve tempo para planear, houve tempo para prever. Há sempre este fator surpresa de o dia da inscrição ser tão em cima do dia da eleição. Se concordo com isso? Acho que não se perdia nada se se retirasse um dia para a requisição do voto em mobilidade, mas são ajustes que a 'máquina' ainda terá de fazer", esclarece.
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Na perspetiva do porta-voz da CNE, o voto antexcipado veio para ficar, e, a meio da semana, já havia 37 mil inscritos. "Os números de pessoas que aderiram ao voto antecipado mostram que isto é algo que veio para ficar, e compete a todos os órgãos eleitorais melhorarem-no para que ele funcione melhor", argumenta João Tiago Machado.
O porta-voz não vê esta falta de tempo como "um fracasso antecipado do voto em mobilidade, de forma alguma", e conclui que ainda é possível melhorar a iniciativa: "Está à vista que os eleitores assim o querem."