Como e Porquê? Francisco Pinto Balsemão e Paulo Portas debateram o jornalismo

"Quantos minutos vamos aguentar sem falar do Trump?". Ainda o debate não tinha começado e, cá fora, Paulo Portas já adivinhava a inevitabilidade do nome do presidente norte-americano ser chamado à conversa, quando a conversa é sobre jornalismo, investigação, democracia, rigor, isenção, verdade.

Aos 2 minutos e 46 segundos, era Pinto Balsemão quem trazia o nome de Donald Trump para o auditório da Gulbenkian, esta quinta-feira.

Populismos, redes sociais, crise, 'fake news', motores de busca, jornalismo 'online' versus jornalismo clássico, o papel, a televisão, a rádio, os sites, a velocidade da informação. Numa hora o fundador do Expresso e o fundador do Independente refletiram em voz alta sobre os novos desafios que o jornalismo enfrenta, numa sessão onde a Fundação Calouste Gulbenkian anunciou a criação de bolsas de investigação jornalística no valor de 150 mil euros anuais.

Porque "é pelo grande jornalismo que passa a democracia", reforçou Pedro Norton, administrador da instituição.

E se Paulo Portas e Pinto Balsemão pudessem candidatar-se a uma destas bolsas? A "transferência do poder em Angola" seria uma investigação jornalística a ter em conta, notou Pinto Balsemão, enquanto o sportinguista Paulo Portas dedicar-se ia a investigar o atual momento do clube. Sem emoções que toldem a história de um grupo de pessoas que entrou numa Academia e agrediu outras pessoas. Investigar e contar toda a história.

audio TSF\audio\2018\05\noticias\18\teresa_dias_mendes_debate_gulbenkian A jornalista Teresa Dias Mendes ouviu Paulo Portas e Francisco Pinto Balsemao

As candidaturas para as bolsas de investigação jornalística da Gulbenkian estão abertas a partir de 4 de junho e encerram a 31 de agosto. O montante global é de 150 mil euros.

Todos os jornalistas com carteira profissional válida, de órgãos de imprensa nacionais ou regionais, podem candidatar-se desde que o tema proposto seja sobre Portugal e os portugueses.