A pergunta é dos habitantes de Monchique que não dormem descansados desde a última sexta-feira, dia em que se iniciou o fogo na localidade de Perna da Negra, em Monchique.
Corpo do artigo
A TSF falou com uma suíça e uma francesa, dois dos muitos cidadãos estrangeiros residentes no concelho de Monchique.
Eveline mora no sítio do Barranco dos Pisões, no concelho de Monchique, muito perto de onde o incêndio começou na sexta feira passada. A sua casa ardeu por completo. "Tudo, tudo, só fiquei com este vestido e uma mala com duas, três coisas", disse.
Uma vida de 40 anos em Portugal que se desfez em cinzas. Eveline é uma dos muitos estrangeiros que habitam no concelho de Monchique. De nacionalidade francesa, tem uma filha de 38 anos que já nasceu em Portugal. Monchique é a sua terra mas já não sabe se depois do que aconteceu tem coragem para permanecer em Portugal. Por estes dias a amiga Mariete, uma cidadã suíça acolheu-a em sua casa.
TSF\audio\2018\08\noticias\07\14_maria_augusta_casaca_17h
Também ela teve que deixar a habitação onde reside há 3 dias e só hoje pôde regressar. Tem cavalos que ficaram para trás. "A GNR pensa em salvar a vida das pessoas mas não dos animais. É uma vergonha o que se passa aqui", reclama.
Mas os animais afinal estão bem, mesmo tendo sido deixados sozinhos durante 3 dias. O que Eveline não percebe é como é que ninguém consegue deter este fogo que teima em resistir.
"Como é que 800 bombeiros deixaram escapar o incêndio? É isso que eu não consigo perceber", questionou.
É também a pergunta que muitos outros habitantes de Monchique fazem: como é possível o fogo não ter sido ainda debelado. Entretanto, os veículos do Posto de Comando Nacional já chegaram à vila. No terreno estão mais de 1300 operacionais, apoiados por 409 veículos e 17 meios aéreos.