Como uma jovem fotógrafa de Elvas promoveu sorrisos e abraços em tempos de pandemia
Catarina Bagulho coleciona 27 reportagens fotográficas, traduzidas em retratos de famílias à porta das suas casas. Mas também nos quintais ou nas janelas. É nova nesta arte, mas arrisca a dizer que a sua carreira por detrás da lente não podia ter começado da melhor forma.
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Retratos à Porta. É este o nome de um movimento nacional que partiu de Rita Ferro Alvim, reunindo fotógrafos em sessões gratuitas para celebrar o Dia da Mãe. Mas em Elvas uma jovem fisioterapeuta em início de carreira como fotógrafa não teve mãos a medir. Anunciou nas redes sociais que andaria pela rua a fazer fotos às famílias em casa e conquistou dezenas de lares que quiseram animar os dias de confinamento através dos retratos.
Na sessão de hoje a objetiva de Catarina Bagulho aponta aos irmãos Madalena e Zé, de cinco anos, mantendo a distância em tempos de pandemia. Por estes dias a jovem fotógrafa de Elvas juntou famílias e sorrisos que viram vidas suspensas pelo confinamento.
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"Foi impressionante, não só a forma como fui recebida, como também, quando estava na edição das fotografias e quando ia publicando, eu não conseguia escolher a fotografia", confidencia, justificando que "todas as famílias sorriam, houve abraços espontâneos, houve afetos e houve muita coisa que arrepia. Foi muito gratificante poder registar estes momentos", insiste Catarina.
A fotógrafa chega mesmo a admitir que perante o momento tão conturbado no mundo, os "Retratos à porta" acabaram por prestar uma homenagem à sua terra, imortalizando momentos que as famílias vão guardar para sempre. "É uma homenagem aos elvenses e, sobretudo, a todas mães."
E Maria João Matos, a mãe dos modelos do dia, confirma. Depois do confinamento a que a família esteve obrigada ao longo de dois meses, a sessão fotográfica assinada por Catarina Bagulho representou uma espécie de "lufada de ar fresco".
Diz que os filhos ainda são "muito pequeninos" e que "é difícil mantê-los em casa distraídos durante tanto tempo". Pelo que a sessão fotográfica "acabou por ser uma iniciativa que nos levou a sair um bocadinho e a fazer um momento diferente", relata Maria João Matos.