Ryanair teve muito mais queixas, mas ainda fica muito atrás da TAP na análise feita tendo em conta o número de passageiros transportados.
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Acumulando 66,2% do total de queixas, a TAP, a Portway e a Ryanair passaram a ser as entidades mais vezes alvo de reclamações a chegar ao regulador do setor da aviação em Portugal.
O relatório da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) sobre o segundo semestre de 2018 sublinha que antes, no período homólogo de 2017, as três entidades com mais reclamações eram a TAP, a Sata Açores e o Aeroporto de Lisboa (que acumulavam 98,2% do total de queixas).
Por outro lado, "as principais companhias aéreas de baixo custo, Ryanair e Easyjet, responderam por 7,4% das reclamações num agravamento de 2 pontos percentuais provocado pelo "acentuado acréscimo do número de reclamações dirigidas à Ryanair" (mais do dobro que no segundo semestre de 2017).
Menos queixas contra companhias aéreas
Ao todo, só contra as companhias aéreas o regulador recebeu menos 21% de reclamações no segundo semestre de 2018.
O relatório agora divulgado pela ANAC revela que, em seis meses, recebeu 6.895 reclamações - quase 79,9% contra companhias aéreas e 8,8% contra aeroportos.
Nas companhias aéreas, a liderança é da TAP algo que não surpreende tendo em conta que é, também, a empresa com mais passageiros transportados em Portugal.
No entanto, na comparação TAP vs Ryanair (uma lowcost que também tem muitos passageiros), a companhia portuguesa perde claramente para a lowcost no número de reclamações por 1.000 passageiros (o relatório não apresenta este dado para a Easyjet, outra companhia com milhões de clientes em Portugal).
Com 0,45 reclamações por 1000 passageiros a TAP (que teve menos reclamações na ANAC que em igual período de 2017) perde para a Ryanair que regista apenas 0,074 mas também para a Vueling (0,109), outra companhia aérea de baixo custo.
A Ryanair registou, contudo, um enorme aumento homólogo das queixas, que mais do que duplicaram.
No topo deste indicador surgem a TACV (Transportes Aéreos de Cabo Verde, 2,904), a Orbest (1,950) e a Tunisair (1,781).
A ANAC diz que "o segundo semestre de 2018 registou um aumento do número de reclamações relacionadas com a prestação de serviços das companhias aéreas estrangeiras (1.350).
Reclamações mais dispersas
Contudo, "este crescimento significativo de reclamações em termos homólogos não traduz uma concentração das reclamações pelas transportadoras com maior histórico de reclamações, mas antes uma dispersão de reclamações por um maior universo de transportadoras".
"As principais companhias aéreas de baixo custo - Ryanair e Easyjet - reuniram 37,6% (48% em igual período de 2017) das reclamações contabilizadas neste segmento, mas a companhia aérea TACV - Transportes Aéreos de Cabo Verde registou o segundo maior aumento homólogo, em volume, com um acréscimo de 123 reclamações, posicionando-se, igualmente, como a segunda companhia aérea estrangeira com maior número de reclamações dirigidas".
As principais razões de queixa
Os cancelamentos de voos lideram os motivos das queixas na ANAC (25,1%), atrasos nas viagens (20,9%) ou atrasos que geraram perda de ligação a outro voo (16,1%).
Com 7,5% (514 casos) os problemas nas bagagens são a quarta razão mais reclamada.