Complexa e "potencialmente mortal". Conheça os sintomas provocados pela febre hemorrágica Crimeia-Congo
Tiago Correia explica à TSF que o período de incubação da doença pode durar até 13 dias, mas costuma rondar uma semana
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A febre hemorrágica Crimeia-Congo chegou a Portugal esta sexta-feira, causando a morte ao seu primeiro paciente. A doença já é conhecida da vizinha Espanha e do sul da Europa, mas requer cuidados redobrados na prevenção e no diagnóstico.
Ouvido pela TSF, o investigador Tiago Correia, do instituto de Higiene e Medicina Tropical, fala numa doença altamente perigosa, transmitida através das carraças. "É potencialmente grave e mortal. As pessoas adoecem com severidade e acabam por ter de ser hospitalizadas", começa por explicar. O investigador avisa que os sintomas são genéricos: "febres altas, tonturas, náuseas, vómitos, dores musculares e de cabeça e rigidez no pescoço" são algumas, podendo ser associadas a outros problemas de saúde, o que dificulta o diagnóstico. Em casos mais graves, a Crimeia-Congo pode mesmo causar hemorragias internas, que podem levar à morte.
Trata-se, porém, de uma patologia pouco conhecida. Os poucos estudos que existem, diz Tiago Correia, apontam para uma taxa de mortalidade entre os 30% e os 40%, que não escolhe nem idade, nem género, nem estado de saúde. "Jovens adultos também podem morrer desta doença", avisa, ressalvando, porém, que os dados estão ainda pouco aprofundados.
Quanto aos cuidados a ter, o investigador aconselha a que se sigam as recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS), nomeadamente o uso de roupas claras e compridas, calçado fechado e repelente, e pede atenção redobrada às picadas de carraça, sobretudo àqueles que vivem em meios rurais junto à fronteira espanhola. "O tempo é um fator que pode ajudar", afirma, recomendando que se reportem sintomas o quanto antes às autoridades de saúde. Tiago Correia avisa, por fim, que o período de incubação da doença pode durar até 13 dias, mas costuma rondar uma semana.
A DGS confirmou esta sexta-feira a deteção do primeiro caso de febre hemorrágica Crimeia-Congo (FHCC) em Portugal, tendo o doente, com 80 anos, nacionalidade portuguesa e residente em Bragança, acabado por morrer.
