Compras de última hora podem ser impossíveis. Trabalhadores do comércio em greve
Revisão salarial dos trabalhadores está na origem desta paralisação.
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Há quem arrisque deixar as prendas de Natal para a última hora, mas esta segunda-feira essa pode revelar-se uma má ideia. Os trabalhadores do comércio cumprem uma greve marcada Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços e, à TSF, a dirigente Célia Lopes explica que as motivações se prendem sobretudo com os salários.
"Os trabalhadores aguardam há mais de 26 meses pela negociação do contrato coletivo de trabalho para revisões dos salários. Estamos a falar de trabalhadores muitos deles com 20 e 30 anos de antiguidade na empresa, e que continuam a receber salários que contam os 620 euros em alguns distritos, mas noutros - como Coimbra ou Aveiro - os salários em topo de carreira rondam os 585 euros. São salários muito baixos que têm de ser revistos, sem que sejam dadas contrapartidas por parte dos trabalhadores, contrapartidas essas exigidas pela associação patronal e pelas empresas, nomeadamente a redução do valor pago pelo trabalho suplementar, que os trabalhadores não aceitam", explica.
O dia 24 de dezembro, por ser véspera de Natal, é muito propício a compras - principalmente as de última hora - e a sindicalista revela que há pressão por parte das chefias para que os trabalhadores não adiram a esta greve.
"Em alguns locais de trabalho, aquilo que verificamos foi que, de forma ilegal, algumas chefias e direções de local de trabalho tentaram demover os trabalhadores da adesão à greve. Esse é um ato que é ilegal e não deve ser praticado, as empresas foram alertadas para esse facto e os trabalhadores, conscientes de que esta é uma luta justa, vão estar em greve. Temos perfeita consciência que esta greve, em muitos locais de trabalho, pode motivar maiores dificuldades por parte dos clientes, maiores filas de espera, maiores dificuldades de atendimento nos balcões e o eventual encerramento de algumas lojas de dimensão mais pequena", reconhece a sindicalista.
Quanto às empresas que tentam impedir a adesão à greve, Célia Lopes explica que vão esperar para "ver as consequências."
"Vamos ver o que fazem. Esperamos que saibam que não podem substituir os trabalhadores em greve. Há sempre essa tentativa por parte de algumas chefias que, para abrirem as lojas, substituem trabalhadores em greve. Vamos esperar que não o façam desta vez. Se o fizerem, teremos que chamar as autoridades competentes", garante.