É um restaurante pedagógico onde jovens deficientes aprendem a cozinhar e servir às mesas. A AAPACDM quer mostra que, apesar das limitações, os formandos conseguem inserir-se no mercado de trabalho.
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Ao princípio, quando chegaram os convidados os nervos eram muitos.
Na cozinha, o Hélder e todos os seus colegas preparavam o almoço: "É salmão no forno, e a entrada... como é que se chama aquilo?", pergunta para o colega do lado. A entrada foi massa folhada com mel e nozes. A sobremesa uma Delícia de banana com chantilly e bolacha.
Um almoço para cerca de 15 convidados no Compromisso, o Restaurante Pedagógico da AAPACDM, a Associação Algarvia de Pais e Amigos de Crianças Diminuídas Mentais.
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Carla Farias, coordenadora da Unidade de Formação Profissional, considera que esta é uma forma de os alunos colocarem em prática o que vão aprendendo."Queremos fazer almoços diferentes para eles serem confrontados com a prática do dia-a-dia". Por isso, de vez em quando convidam algumas pessoas para ali almoçarem e testarem as capacidades dos alunos. São todos jovens adultos com deficiência mental.
A Daniela, uma das formandas, vestida a rigor, com farda preta e branca, serviu uma das mesas. Trouxe os pratos, deitou o vinho nos copos.
Teve a tarefa de dobrar os guardanapos com uma forma especial: "O professor é que teve a ideia e eu fiz esta estrela", mostra o guardanapo colocado em cima dos pratos. "Na minha mesa toda a gente gostou", garante Daniela.
O formador, David Filipe, tem a consciência de que aqueles jovens são especiais. Tem uma paciência redobrada para ensiná-los e só quer que eles tenham sucesso e sejam integrados."Na semana passada telefonou-me um antigo aluno que me telefonou a dizer que estava num cargo de quase chefia, era auxiliar do chefe de sala", revela satisfeito. "O sucesso deles é o meu".
No final, na cozinha, o Hélder estava contente com o trabalho alcançado. "Foi um bocadinho stressante mas correu tudo bem e estamos aqui para servir", diz sorrindo.
E entre os convidados houve quem escrevesse no livro de elogios e não consta que tenha havido reclamações.