O presidente da direção da Comunidade Islâmica de Lisboa adianta que o texto «não passa de uma tentativa de provocar reações contra muçulmanos e de denegrir a imagem da sua religião».
Corpo do artigo
A Comunidade Islâmica de Lisboa (CIL) atribuiu a um ataque informático o texto 'jihadista' apelando à violência, publicado no seu site com a data de quarta-feira, dia 17 de setembro.
O texto, que entretanto foi retirado do site da CIL, referia que «está na hora de demonstrar ao mundo a força do islamismo e de combater os infiéis».
«O plano está traçado e preparado. Iremos tomar conta de Portugal e deste povo fraco e levaremos o nosso Islão ao mais elevado patamar do desejo do Senhor!», podia ler-se no texto datado de quarta-feira e que esteve disponível até cerca das 19:00 deste domingo.
«Não acredito que seja nenhum muçulmano e nenhum membro da comunidade que tenha feito uma coisas dessas. De facto, a Comunidade islâmica não tem nada a ver com aquelas afirmações. O Islão não é isso», afirmou o presidente da direção da Comunidade Islâmica de Lisboa, Abdool Vakil, em declarações à TSF.
Abdool Vakil diz que foi avisado no domingo que o texto estava no site. Quanto à demora em retirar o texto da página, explica que a comunidade não tem informáticos próprios, contrata uma empresa para gerir a página.
A Comunidade Islâmica pondera levar o caso às autoridades, embora Abdool Vakil sublinhe que «não queremos criar nenhum caso». Acrescenta ainda que vão pedir a opinião a um especialista informático para reforçar a segurança.
A Comunidade Islâmica substituiu ontem à noite texto 'jihadista' por uma mensagem, onde é salientado que «o que se está a passar [referindo-se aos atos de violência do autodenominado Estado Islâmico] nada tem a ver com os muçulmanos portugueses e apenas traz uma ideia errada do que de facto é o Islão».
Na mensagem, é sublinhado ainda que os muçulmanos estão «todos bem integrados na sociedade portuguesa» e defendem «uma harmonia e respeito mútuo entre todas as religiões», promovendo até «frequentes diálogos entre todas elas».