Município do Oeste quer ainda que a via deixe de ser autoestrada, para passar a ser, em última análise, uma estrada nacional.
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O pedido da autarquia surge num momento em que a situação é "grave". É por isso que Hélder Sousa Silva, presidente da Câmara Municipal de Mafra, considera que a solução tem de ser radical. "Neste momento a situação é tão grave que parece-nos que a solução mais certa seria a abolição total das portagens em todos os troços da A21", explica.
Hélder Sousa Silva adianta que o pedido já foi apresentado ao Ministério das Infraestruturas. A autarquia já esteve reunida com o secretário de Estado das Infraestruturas, Frederico Francisco, e defendeu a desclassificação da estrada. "Pode passar a ser um itinerário complementar (IC) ou, em última análise, uma estrada nacional." Com essa desclassificação, vem automaticamente o fim das portagens.
O Ministério reconhece que desclassificar a autoestrada é "mais difícil", nas palavras do autarca, mas garante que está a avaliar uma redução no valor da portagem. O município só fica satisfeito com uma redução para metade no preço da portagem.
Estradas nacionais estão "saturadas"
"O secretário de Estado disse-nos que precisava de mais ou menos um mês para estudar o assunto e que nos diria algo em breve. Eu espero que durante o mês de junho haja reação do ministério e que essa reação seja positiva para as populações que residem neste território. Para início de conversa, e para termos o resultado que queremos ter, a diminuição deve ser, no mínimo, de 50% em relação ao valor que é agora praticado", afirma à TSF o autarca.
A A21 é a única autoestrada no país que só atravessa um concelho. A via liga a Venda do Pinheiro à Ericeira e, por conta do preço das portagens, muitos dos condutores optam por circular nas estradas nacionais. Andar de carro na EN8 e na EN116 é cada vez mais difícil porque a circulação está "saturada de trânsito". Baixar o preço nas portagens permitiria "que mais pessoas" usassem a via que é ainda a A21.
O autarca de Mafra considera que a proposta da autarquia é a que faz mais sentido, porque construir outras estradas sai mais caro para todos. "Se fizermos as contas, o que nos custaria fazer variantes às atuais estradas nacionais, o valor que está em cima da mesa é seguramente maior face ao que ainda falta pagar da autoestrada. Preocupa-nos também o dinheiro dos contribuintes. Por isso temos esta proposta de decisão, que, conhecendo os números, nos parece a proposta mais adequada e menos onerosa", afirma, em declarações à TSF.
E se a A21 deixar de ser autoestrada, quem paga a manutenção? Hélder Sousa Silva garante que a fatura não vai parar à autarquia. "Quer passe a ser um IC ou uma estrada nacional, a responsabilidade da manutenção é da responsabilidade da Infraestruturas de Portugal. Não passará diretamente para a alçada da câmara. Nós não pretendemos isso."
O município espera agora as conclusões da tutela. Se as conclusões não forem ao encontro dos desejos do concelho, está tudo em aberto. "Temos de avaliar. Mas para já a nossa única forma de luta é a negociação. Para já, peço ao governo que olhe para Mafra com olhos de ver para que haja uma solução o mais rápido possível", remata Hélder Sousa Silva.