Concelhos do Vale do Sousa rejeitam mais restrições. "Não fazem sentido, são inoportunas"
Autarca de Paços de Ferreira critica ministra da Saúde e diz que tudo fará para travar novas medidas. "Se necessário, avançaremos com uma providência cautelar", avisa.
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Os autarcas de Paços de Ferreira, Lousada e Felgueiras opõe-se a que os concelhos sejam sujeitos a mais medidas restritivas por causa da pandemia. Os três presidentes de câmara assinaram uma carta onde expressam essa decisão e enviaram a missiva ao primeiro-ministro. Para os presidentes daqueles municípios, que têm milhares de casos por 100 mil habitantes, alegam que as instituições, as empresas e a população, têm acatado e implementado no terreno todas as decisões e orientações que têm sido decretadas pelo governo e autoridades de saúde.
Em declarações à TSF, o autarca de Paços de Ferreira defende que, apesar dos números alarmantes de incidência da Covid-19, os valores têm vindo a diminuir. Humberto Brito diz que não é aceitável que o Governo avance, por isso, com mais restrições.
"Ficamos preocupados com as declarações da ministra da Saúde, que sem consultar os autarcas, anunciou que pode haver medidas mais restritivas. Entendemos que devemos manifestar a nossa posição porque não estamos disponíveis para aceitar mais medidas restritivas nestes concelhos, para além daquelas que já foram tomadas e que têm produzido efeito", avisa o autarca. "Se eventualmente vierem a ser tomadas, são medidas que não fazem sentido, inoportunas, prejudiciais para as pessoas e economia do concelho", acrescenta.
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O Governo irá tomar uma decisão no próximo Conselho de Ministros, marcado para sexta-feira, e caso sejam todas novas medidas para os três concelhos do Vale do Sousa, o presidente da Câmara de Paços de Ferreira, Humberto Brito, deixa claro que tudo fará para travar a decisão.
"Posso dizer que no caso de Paços de Ferreira, avançaremos com uma providência cautelar, se necessário for, para impedir que mais medidas restritivas à atividade económica possam ser implementadas no concelho. Temos de defender a saúde, isso é verdade, mas isso compete ao ministério da Saúde, garantir que os hospitais possam acolher e tratar os doentes. E não pode ser correr sucessivamente atrás do prejuízo porque isso não resolve o problema", sublinha Humberto Brito, salientando que há falta de recursos humanos no terreno.
O Governo está a estudar a hipótese de dividir os concelhos de norte a sul do país em três níveis de risco, com base no número de novos casos por 100 mil habitantes.
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