Conclusão da rede de cuidados continuados? "Tenho sérias dúvidas de que isso aconteça"
Dinheiro de Bruxelas irá ajudar a cumprir este objetivo antigo.
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Entre as prioridades anunciadas pelo primeiro-ministro no programa de recuperação da economia portuguesa estão a aposta na conclusão da rede de cuidados continuados integrados. No plano do Governo, a ideia é chegar às oito mil camas previstas inicialmente em 2026.
O dinheiro de Bruxelas irá ajudar a cumprir este objetivo antigo, é o que sublinha a coordenadora nacional da rede de cuidados continuados integrados, Purificação Gandra.
"São medidas que estão no programa de recuperação e resiliência, mas sim, alargar a rede de cuidados continuados foi uma grande aposta nossa. Sabemos que os parceiros precisam de incentivos à constituição de unidades porque a rede precisa de ser expandida, tem provado que é uma resposta necessária, eficaz e muito capaz", explicou à TSF Purificação Gandra.
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É também um objetivo que o presidente da Associação Nacional de Cuidados Continuados, José António Bordain, não acredita que possa ser alcançado.
"Tenho sérias dúvidas de que isso aconteça. Acho 200 milhões de euros muito pouco para alocar aos cuidados continuados. No passado houve alguns programas, o Modelar I e Modelar II, precisamente para criar camas nos cuidados continuados, o montante máximo que o Governo dava era 750 mil euros, foi no tempo do engenheiro Sócrates. Na altura, os preços dos cuidados continuados eram razoáveis, justos, e desde então, no espaço de dez anos, houve apenas um aumento de 2,2% dos cuidados continuados e há muitas instituições à beira da falência", acrescentou José António Bordain.