Condições das famílias que se ofereceram para acolher refugiados "terão que ser testadas"
O Conselho Português para os Refugiados tem recebido manifestações de disponibilidade de famílias portuguesas. A presidente do Conselho diz que numa próxima fase as condições de acolhimento terão de ser avaliadas pela Segurança Social.
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Nas últimas semanas, mais de três dezenas de famílias e instituições de solidariedade portuguesas manifestaram disponibilidade para acolher refugiados, mas pode ser que nem todas tenham condições para dar o próximo passo. Teresa Tito de Morais , presidente do Conselho Português para os Refugiados, o organismo que tem recebido as manifestações de disponibilidade, diz que nenhum refugiado será colocado sem que antes a segurança social avalie as condições de acolhimento; "terá que se testar se todas estas propostas têm condições ou não. Esse trabalho terá de ser feito com a colaboração da Segurança Social. Consideramos que os centros regionais da Segurança Social são idóneos para fazer essa avaliação".
Até agora, segundo Teresa Tito de Morais, todos os portugueses que se ofereceram para abrir as portas a refugiados fizeram-no de forma desinteressada. Ainda não foi adoptada nenhuma decisão sobre eventuais apoios do Estado a famílias de acolhimento. "Será objeto de uma regulamentação que só através do Ministério do Trabalho e da Segurança Social se poderá resolver".
A estratégia de auxílio português passa por pelo menos 6 ministérios: Administração Interna, Saúde, Educação, Defesa Nacional, Segurança Social e Negócios Estrangeiros. Teresa Tito de Morais não vê nisso um problema. Pede é que as decisões não demorem;"É urgente que essa equipa se reúna e se abra às organizações da sociedade civil que entretanto estão a fazer o seu trabalho na sensibilização da opinião pública para a necessidade de Portugal estar à altura de receber estas pessoas que estão em sofrimento".
Portugal deve receber nos próximos dois anos 1500 refugiados. Um número que Teresa Tito de Morais considera insuficiente tendo em conta o número de migrantes que todos os dias chegam à Europa.