Confap contra remoção de guia sobre identidade de género nega que documento promova "pensamentos" ideológicos
Em declarações à TSF, Mariana Carvalho, líder da Confap, explica que o objetivo deste guia passa somente por "esclarecer" e capacitar os mais velhos para a prevenção da violência relacionada com a comunidade LGBTQI+. No limite, admite que possa ser criado um documento mais amplo
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A Confederação das Associações de Pais (Confap) assume ser contra a remoção do guia "O Direito a Ser nas Escolas" e rejeita que o documento promova "pensamentos" ideológicos.
A iniciativa, que partiu dos grupos parlamentares do PSD e do CDS, que querem que o Governo acabe com a partilha deste documento, consta dos projetos de resolução entregues na sexta-feira pelos partidos na Assembleia da República.
Em declarações à TSF, a presidente da Confap revela temer que esteja a ser feita uma confusão entre a lei da autodeterminação de género nas escolas - uma medida a que as associações de pais se opuseram, por considerarem que não promovia a inclusão - e o guia "O Direito a Ser nas Escolas".
"Uma coisa foi a legislação que, de facto, consideramos que não promovia os objetivos para os quais ela estaria a ser construída. Outra coisa é o guião, que foi realizado para adultos - docentes e não docentes", explica.
A líder da Confap destaca que o objetivo deste guia sobre identidade de género passa somente por "esclarecer" e capacitar os mais velhos para a prevenção da violência relacionada com a comunidade LGBTQI+. Por isso, no limite, Mariana Carvalho admite que possa ser criado um documento mais amplo.
"Haver um guião específico para esta situação ou um global que possa até aglomerar todas as situações, à Confap não choca", assegura.
"O Direito a Ser nas Escolas" foi redigido pela Direção-Geral de Educação e pela Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género e foi publicado em 2023.
Mariana Carvalho rejeita ainda que este documento promova conceitos ideológicos e afirma que "só quem não conheceu o guião é que pode pensar uma coisa dessas".
"O guia não é para promoção de pensamentos nas escolas. O guia está pensado, foi vocacionado e criado por especialistas, de modo a que os adultos conheçam as diferentes realidades e caraterísticas dos seus alunos e que saibam atuar para prevenir qualquer tipo de violência e estigmas relacionados com a identidade de género", esclarece.