Presidente da Confederação das Associações de Pais garante que vai pedir mais esclarecimentos do Governo.
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A Confederação das Associações de Pais (Confap) não se conforma e garante que vai continuar a lutar pela manutenção dos apoios aos encarregados de educação durante as férias da Páscoa. Confrontado com as palavras de Costa, que afirmou que o Governo não vai manter as medidas de apoio aos pais no período de férias por já ser uma situação previsível, o presidente da Confap, Jorge Ascensão, diz que vai pedir mais esclarecimentos do Governo. Explica que as férias da Páscoa, este ano, não vão decorrer em plena pandemia, deixando muitos pais sem ter onde deixar os filhos.
"Depois de ouvir as palavras do primeiro-ministro já tentámos os contactos para sensibilizar aqui para uma situação que não sei se está calculada ou não, iremos acompanhar nos próximos dias. Temos os ATL fechados, normalmente muitas dessas famílias teriam os seus filhos em instituições de apoio à família que neste momento estão fechadas", explicou o presidente da Confap.
Jorge Ascensão diz que o assunto tem sido discutido com o Ministério da Educação, que até agora não se comprometeu com qualquer promessa. O presidente da Confap espera, no entanto, que o Governo não deixe os pais sem alternativa à escola ou sem apoios financeiros.
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"Precisamos de alguém que ajude a cuidar desses filhos. Havia aí escolas de acolhimento, essa pode ser uma possibilidade. Teremos de ter alguém, em condições de segurança, que possa garantir esse acolhimento e a tranquilidade para que os pais possam trabalhar como deve ser. Os pais que precisam de ir trabalhar mas têm de estar em casa têm, obviamente, de poder justificar essa sua ausência", sublinhou Jorge Ascensão.
Os diretores de escolas e associações de pais recebem, sem surpresa, a hipótese de as aulas continuarem interrompidas depois da Páscoa. Essa hipótese foi admitida pelo primeiro-ministro no debate quinzenal. O presidente da Associação de Diretores de Escolas Públicas, Filinto Lima, reconhece que essa é a decisão que já lhe parecia mais provável.
"Não é de admirar, até porque o primeiro-ministro ainda há pouco tempo disse que o pico iria atingir-se em abril/maio. Não admira que isso possa acontecer, ou seja, estarmos no terceiro período como estamos agora, com aulas à distância. É preciso que no dia 9 de abril, dia em que iremos ter aquela reunião em que vai haver uma decisão, seja tomada de facto uma posição", afirmou o presidente da Associação de Diretores de Escolas Públicas.
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Filinto Lima aproveita, entretanto, para lembrar ao Governo que há acertos a fazer para que o ensino à distância possa dar uma resposta à altura das necessidades que o momento impõe.
"Esta mudança de paradigma foi feita de quinta-feira para uma segunda-feira, ou seja, num curto espaço de tempo, como nunca se viu. As aulas à distância estão a decorrer de forma positiva, mas há alguns constrangimentos. Desde logo há alunos que não têm em suas casas o computador, que é necessário para trabalhar, e muito menos uma rede de internet", disse Filinto Lima.
Também Jorge Ascensão estava à espera que as escolas ficassem fechadas.
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"Não é surpresa, creio que estamos todos conscientes, perante a informação que nos vai chegando, que não será tão cedo que podemos voltar à nossa vida normal, em sociedade. Vamos ter de continuar a manter o isolamento. A prioridade é conter a contaminação e, por isso creio - para não dizer que tenho a certeza -, que não vamos voltar às escolas tão cedo", acrescentou Jorge Ascensão.
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