Confederação do Comércio considera crítica do ministro à Black Friday "desproporcionada"
Para o ministro João Matos Fernandes, o dia de descontos que se assinala na próxima sexta-feira é o "expoente máximo e negativo de uma sociedade capitalista".
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O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, considera "desproporcionada" a crítica do ministro do Ambiente e Ação Climática em relação à Black Friday.
João Pedro Matos Fernandes afirmou que o dia de descontos nas lojas, uma tradição norte-americana adotada em Portugal e muitos outros países, é um "contrassenso" e o "expoente máximo e negativo de uma sociedade capitalista".
João Vieira Lopes, diz não entender a posição do ministro. Esta "é uma atividade promocional normal", nota o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, e "tem sido positiva quer para os comerciantes, quer para os consumidores".
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À margem de uma conferência sobre financiamento sustentável, que decorreu esta terça-feira no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, o ministro disse considerar "fundamental nós mudarmos de hábitos para podermos aguentar esta mesma democracia e este regime aberto e de livre iniciativa e de livre oportunidade"
João Pedro Matos Fernandes destacou ainda que atualmente se verifica a passagem de uma ótica de consumo de produtos e serviços, dando como exemplo as diferenças entre "ter uma lâmpada ou ter luz", "ter uma máquina de lavar roupa ou ter ciclos de lavar roupa", ou entre "ter um berbequim ou um furo na parede".
"O que eu quero é mesmo um serviço e não necessariamente um bem. E por isso cada vez mais vamos ter uma sociedade orientada a serviços que têm bens lá dentro", prosseguiu.
Sobre este comentário, João Vieira Lopes reconhece apenas: "É verdade que hoje em dia há uma série de bens que se compravam e que hoje têm têm utilizações diversificadas em termos de serviços", como a partilha de carros, bicicletas e trotinetas.
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