Encontro decorre de 1 a 5 de julho. Desta conferência deverá sair um manifesto que irá assumir a cultura como um objetivo para o desenvolvimento sustentável
Corpo do artigo
Entre 1 e 5 de julho, Braga será a capital mundial das Cidades Criativas da UNESCO ao receber a 16.ª Conferência Anual da Rede que completa 20 anos. A concorrência era forte, com cidades como o Dubai, mas a proposta bracarense “Bringing youth to the table for the next decade”, em português "Trazer os jovens para a mesa de discussão na próxima década", acabou por conquistar os responsáveis. O resultado: quase 700 representantes de 300 cidades de cem países do mundo vão estar no norte de Portugal para discutir tudo o que envolve cultura.
Desta conferência espera-se que saia aprovado o “Manifesto de Braga das Cidades Criativas da UNESCO: Um Objetivo Cultural para o Desenvolvimento Sustentável”, que defende a cultura como um objetivo autónomo na agenda internacional de desenvolvimento pós-2030.
“Nós temos olhado para a cultura, nos últimos anos, como um pilar de todo o nosso modelo estratégico de desenvolvimento. A cultura interrelaciona-se com a educação, com a competitividade económica e é fator de atração turística. Os territórios com mais atividades culturais são mais atrativos para fixar população sobretudo jovem, o que ajuda a responder aos desafios demográficos. A cultura é um valor que pode e deve ser transversal”, defende o presidente do Município de Braga, Ricardo Rio.
A sessão de abertura irá contar com a presença do diretor geral para a Cultura da UNESCO, Ernesto Ottone e da Ministra da Cultura, Dalila Rodrigues. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, irá intervir através de uma mensagem vídeo.
Ao longo de uma semana, a cidade dos arcebispos irá respirar cultura com a possibilidade de contar com diferentes formas de ver o mundo e de fazer arte. Contudo, nem todas as iniciativas do programa ´Be Creative Ágora` serão abertas ao público.
No primeiro dia, 1 de julho, está prevista a performance do coletivo de malabaristas da companhia RADAR 360º, denominada “Arrumadores de Pessoas”, que irá percorrer as ruas do Campo da Vinha até à Praça da República.
Em frente ao Theatro Circo terá lugar uma performance musical: “Toque Eco Retoque” dirigida por Sara Yasmine (Sopa de Pedra) e António Sérginho (Retimbrar), com instrumentos tradicionais das cidades criativas nacionais do cluster da.
Além do espaço público, diversas exposições, debates e instalações vão passar pelo Mercado Municipal, Casa Rolão, Museu Nogueira da Silva, gnration, INL, entre outros.
Uma das propostas pensadas, neste caso, pelo cluster da música passa por divulgar uma playlist com criações de jovens de todo o mundo.
Em conversa com a TSF, a coordenadora executiva da Braga Media Arts, Joana Miranda, sugere também a visita ao resultado final do projeto educativo ´Green Together`, concretizado por crianças do 1.º ciclo que refletiram sobre soluções mais amigas do ambiente.
Braga é desde 2017 Cidade Criativa no campo das Media Arts e em 2025 será Capital Portuguesa da Cultura. Para o autarca esta é uma forma não só de dar a conhecer o que é feito na rede como potencializar intercâmbios. Esse será o propósito do quarto dia da conferência através da sessão ´Connect-Together`. As diferentes delegações terão oportunidade de visitar as três cidades criativas do norte de Portugal: Amarante (Espaços públicos inclusivos e verdes: bem-estar dos indivíduos e das comunidades), Barcelos (Ativos de sustentabilidade: dos recursos aos investimentos) e Santa Maria da Feira (Inovação e tecnologias de nova geração: das ferramentas de atualização de competências às plataformas de colaboração).
Aquisição do antigo cinema São Geraldo deverá ver fumo branco dentro de dias. O presidente do Município de Braga, Ricardo Rio, acredita que até ao final do ano o projeto do Media Arts Centre estará concluído.
O estudo encomendado à Universidade do Minho detetou diversas patologias quer no antigo cinema São Geraldo, quer no Pé Alado, o que obrigou a “rever todo o projeto” e, consequentemente, atrasou todo o processo em vários meses.
Contudo, o autarca bracarense continua confiante que as empreitadas poderão ser lançadas a concurso ainda no final de 2024. Quanto à aquisição do São Geraldo, Rio adianta que está prevista para os “próximos dias” uma nova conversa com a Arquidiocese de Braga. “Esperemos que tão cedo quanto possível exista fumo branco sobre este assunto”, afirma.
Recorde-se que a autarquia paga, desde 2019, uma renda de 12.500 euros mensais à Arquidiocese pelo edifício que está devoluto. Nos próximos anos, irá nascer no local o Media Arts Centre.
Consulte o programa aqui.
