O Diário de Notícias falou com um dos dois ex-prisioneiros de Guantánamo que vivem em Portugal. Sírio admite ter conhecido Bin Laden, mas garante não ser terrorista e que nunca matou ninguém.
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Foi nas montanhas de Tora Bora, no Afeganistão, que Moammar Dokhan apertou a mão ao líder talibã com a mesma firmeza com que o fez ao jornalista do DN que assina a reportagem, assume o próprio Dokhan.
Sobre esse contacto, o sírio diz que "isso não significa que seja terrorista".
"É verdade que estive com ele algum tempo, mas nunca o admiti em Guantánamo Bay, senão nunca mais tinha saído de lá". afirma Dokhan, que denuncia ter sofrido várias torturas.
Em Cuba, em Guant"anamo, era o detido 317. Esteve preso, sem julgamento, sete anos e meio. Não foi acusado de nada. Chegou a Portugal, acolhido após pedido expresso do presidente americano Obama, com 36 anos, a 28 de agosto de 2009.
Moammar Dokhan admite que se juntou aos talibãs, no verão de 2001, no Afeganistão, mas garante que não com a intenção de combater, antes de ajudar.
"Nunca quis pegar numa arma. O meu objetivo era só um: ajudar crianças muçulmanas, dar-lhes de comer, ensinar-lhes o Corão." Os relatórios de Guantánamo, revelados pelo Wikileaks, dizem, no entanto, o contrário.
A história de Moammar Dokhan pode ser lida no Diário de Notícias, a partir deste sábado, numa série de três reportagens. Os outros dois capítulos saem no domingo e na segunda feira.