Conselho de Ministros e conferência do BCE são da agenda da troika, dizem CDU e Bloco
CDU e Bloco vêem estas iniciativas como parte da agenda da troika. O PS entende que o Conselho de Ministros de 17 de maio é propaganda do Governo e a Aliança Portugal diz que a decisão da CNE repõe a normalidade na campanha para as europeias.
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A CDU entende que quer o Conselho de Ministros de 17 de maio quer a conferência do BCE que começa a 25 de maio são operações de propaganda que ofendem a soberania e a dignidade do país.
Mesmo após decisão da CNE, que entende que este Conselho de Ministros não viola «deveres de neutralidade e imparcialidade», o cabeça de lista desta coligação às europeias não tem dúvidas que estas «iniciativas fazem parte da agenda da troika».
«O julgamento destas iniciativas como a agenda da troika como daqueles que estão comprometidos com a agenda da troika far-se-á também no dia 25 com o voto dos portugueses e a condenação dessas políticas e dos seus protagonistas», frisou João Ferreira, perante mariscadores em Olhão.
Por seu lado, a cabeça de lista bloquista às eleições europeias, Marisa Matias, respeita a decisão da CNE, mas não concorda com ela, uma vez que lembra que a troika «é o centro da campanha das eleições europeias».
«Vamos continuar a contestar as realização destes eventos. Sei que a decisão não terá sido unânime e que terá dado azo a grande discussão, mas é a decisão final. Acho que é uma humilhação feita ao povo português, ainda por cima com a contribuição de um outro português: Durão Barroso», concluiu.
O PS também respeita a decisão da CNE, muito embora não se tenha coibido de dizer que o Conselho de Ministros é parte da «campanha de propaganda que o Governo está indevidamente a fazer».
Sem querer fazer desta situação o caso da campanha, o cabeça de lista socialista às europeias sublinhou que «o que é importante é que nos concentremos nas substâncias das coisas».
«Temos de discutir a Europa e o nosso país. Os portugueses já não se deixarão enganar por mais uma ação propagandistica do Governo», lembrou Francisco Assis.
O cabeça de lista socialista entende ainda que a conferência do BCE que começa no dia das eleições europeias não é desejável e que prejudica o debate democrático, mas diz que é preciso esquecer estas questões «laterais».
Também reagindo a esta decisão da CNE, Paulo Rangel, cabeça de lista da Aliança Portugal, que reúne PSD e CDS, fala na retoma da normalidade e da «serenidade na campanha».
«Termina com a campanha de casos e casinhos a que se dedicou o PS e outros partidos da Esquerda e que permite no fundo que façam questões substantivas, nomeadamente que o PS diga qual é a sua agenda para o crescimento e emprego», explicou.
Isentando a CDU de críticas, Paulo Rangel acusou o PS, que não fez queixa oficial à CNE, de ter ficado à boleia e na sombra da Esquerda nesta questão.
«O PS está aqui num jogo ambíguo e tem de ser denunciado. O PS quer ir à boleia da Esquerda, mas depois não quer assumir as consequências. O PS não fez queixa, porque sabia que não havia materia para queixa», sublinhou.