O Governo reúne, esta manhã, em Conselho de Ministros extraordinário para aprovar o Documento de Estratégia Orçamental. Conheça as expetativas dos economistas Augusto Mateus e João Duque.
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O memorando assinado com a "troika" prevê que o documento especificará as previsões económicas e orçamentais para o intervalo de 2013-2017 e também as medidas e o calendário de aplicação dos cortes de quatro mil milhões de euros com o que Executivo se comprometeu.
No entanto, a imprensa de hoje partilha a convição de que as medidas concretas que o Governo irá tomar para concretizar essas obrigações ainda não serão reveladas no fim do Conselho de Ministros desta terça-feira.
No essencial, estarão assim em causa opções de rumo e estratégia. Nesse âmbito o economista Augusto Mateus, antigo ministro com a pasta da economia num dos Governos de António Guterres, considera que chegou a altura do Governo conciliar duas agendas.
«O caminho é de combinação da austeridade com o crescimento e não de substituição de agendas e um caminho em que se tudo correr bem vamos tratar mais do crescimento económico e do desemprego do que da correção dos desequílibrios financeiros», adianta.
Por sua vez, João Duque, o presidente do Instituto Superior de Economia e Gestão, diz que o Governo deve adoptar uma atitude que facilite o crescimento da economia e das empresas, mas não tem, nem está no seu perfil, ser ele proprio o empreendedor.
Nestas declaraçoes à TSF, o presidente do ISEG manifesta ainda um desejo, o de que o documento hoje em discussão no Conselho de Ministros extradordinário fixe metas quantificadas para a economia portuguesa, identificando os recursos que serão necessários para as concretizar.
O Documento de Estratégia Orçamental deve ser entregue, por exigência da 'troika' (composta pelo Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) até ao final do dia de hoje à Assembleia da República e enviado para Bruxelas em substituição do Programa de Estabilidade e Crescimento.