Reunião magna centrista para análise da situação política e marcação do próximo congresso do partido marcada pela pesada derrota nas legislativas. Congresso deverá ser marcado para 9 e 10 de abril.
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Depois do resultado eleitoral mais negro da história do partido e com diferentes leituras do legado deixado por Francisco Rodrigues dos Santos, começa a definir-se o calendário do futuro mais próximo do CDS na certeza de que nada será como antes.
Sem ter conseguido eleger qualquer deputado à Assembleia da República e depois da demissão de Francisco Rodrigues dos Santos, na noite de domingo, os conselheiros centristas reúnem-se para marcar a data do próximo congresso do partido para a eleição do novo líder. Na reunião, deverá ser proposta a realização do encontro a 9 e 10 de abril.
Nuno Melo prepara-se para anunciar candidatura e é, por agora, o único a manifestar vontade de liderar os destinos de um CDS profundamente fragilizado, quer pela derrota eleitoral, quer pelas fraturas internas ou pela situação financeira do partido.
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A TSF sabe que, nesta altura, se vê como "pouco provável" o aparecimento de uma candidatura à liderança com ligações à direção demissionária. Se por um lado, vários elementos da direção ouvidos pela TSF dizem não ter "qualquer motivação" para tomar conta do partido, do lado dos apoiantes de Nuno Melo sublinha-se que "estando na situação em que está, o partido só tem a ganhar com uma candidatura única".
Certo é que a leitura do que correu mal nas legislativas é muito diferente entre conselheiros. Entre os mais críticos de Rodrigues dos Santos apontam-se "falhas no discurso", "um programa vago e sem referência a vários temas centrais para o futuro do país" e, sobretudo, "a incapacidade de travar a ascensão de partidos como o CHEGA ou a Iniciativa Liberal". Já do lado dos ainda dirigentes fala-se de um "legado que não é totalmente mau", marcado pelos bons resultados nas autárquicas e nas regionais dos Açores e culpa-se a instabilidade interna gerada pelos críticos. Reconhece-se, ainda assim, que este "é o fechar de um ciclo".
A TSF sabe que, depois da noite eleitoral, a direção de Francisco Rodrigues dos Santos ainda não reuniu nem tem qualquer reunião agendada, ainda que o deva fazer antes do Conselho Nacional, convocado para dia 11 de fevereiro. Nos últimos dias, o líder demissionário não voltou ao Largo do Caldas e não é certo sequer que presida à reunião da Comissão Política ou participe no Conselho Nacional.