Construtores de Stonehenge estiveram em Portugal antes da chegada a Inglaterra
A construção de Stonehenge, no sul de Inglaterra, tem escondido vários enigmas. Agora, um estudo de ADN permitiu saber que os seus construtores atravessaram a Península Ibérica, vindos do território a que hoje chamamos Turquia.
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São muitos os mistérios em volta do monumento megalítico. Há pouco tempo descobriu-se que, na sua construção, foi usado o Teorema de Pitágoras - apesar do matemático grego só ter nascido dois mil anos depois. Agora, a análise de restos humanos encontrados nas proximidades da estrutura foi comparada com outros, pertencentes ao mesmo período, o que determinou a sua origem. Sabe-se que o grupo de homens e mulheres do Neolítico que deixou a Turquia, há oito mil anos, se dividiu em dois: um dos grupos cruzou o Danúbio em direção à Europa central; o outro atravessou o Mediterrâneo até à Península Ibérica.
Partindo do território que hoje é ocupado por Portugal e Espanha, cruzaram França e entraram no Reino Unido através do País de Gales e sul de Inglaterra, em 4.000 a.C.. O estudo, publicado pela revista científica Nature, demonstra que o ADN dos primeiros agricultores britânicos era semelhante ao de outros seres humanos neolíticos que viviam na Península Ibérica.
Embora as Ilhas Britânicas fossem então povoadas por pequenos grupos de caçadores, a análise de ADN mostra que estes não se misturavam com os novos habitantes vindos do Mediterrâneo.
Cerca de 1.500 anos depois da chegada desta população ao Reino Unido, dá-se o fim do Neolítico (cerca de 2.500 a.C.), e os descendentes dos primeiros agricultores desaparecem, sendo substituídos por uma nova população proveniente da Europa continental. Comprova-se cientificamente que a população da Grã-Bretanha sofreu duas mudanças genéticas em apenas dois mil anos.