O subdiretor do SICAD destaca ainda pela negativa o consumo de canábis, que não só tem vindo a aumentar entre os jovens como o perfil de quem consome é preocupante.
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Em termos globais Portugal está melhor em indicadores como o consumo de tabaco tradicional e eletrónico, mas o subdiretor do SICAD considera preocupante o aumento do consumo de álcool entre menores de idade.
Manuel Cardoso sublinha que "a grande percentagem dos que bebem álcool antes dos 16 anos, consome bebidas destiladas e quando comparamos com os outros 35 países europeus temos uma prevalência dos que consumiram bebidas destiladas muitíssimo maior. Outro fator negativo é a própria quantidade de bebida consumida, estamos nos lugares mais altos e ainda temos um outro fator negativo que é a prevalência de jovens que dizem ter consumido já aos 13 anos.".
Esta quinta-feira foi publicado o"European School Survey Project on Alcohol and other Drugs (ESPAD)", que permite acompanhar as tendências europeias no que diz respeito à evolução dos comportamentos aditivos entre jovens de 16 anos. As conclusões apontam que o consumo de tabaco entre jovens até aos 16 anos tem vindo a diminuir desde 2003 em Portugal, mas o consumo de álcool aumentou ligeiramente nos últimos quatro anos.
O subdiretor do SICAD - Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências - destaca ainda pela negativa o consumo de canábis, que não só tem vindo a aumentar entre os jovens como o perfil de quem consome é preocupante. "Os que consomem canábis, como acontece no álcool, consomem num padrão mais negativo, mais problemático o que é preocupante. Temos que pensar como podemos abordar as questões para reduzir os problemas".
Manuel Cardoso defende que a estratégia de combate a estas dependências tem que mudar, sobretudo nas escolas. "Temos vindo a perceber que as intervenções preventivas e seletivas, particularmente na escola, parece ter vindo a perder peso. Vamos ter que retomar e rever, avaliar como podemos trabalhar isto. Além disso, o papel dos educadores, dos pais, da escola também é muito importante".
O subdiretor do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências sublinha que em termos europeus Portugal piorou em alguns setores, mas se compararmos os dados com estudos realizados em Portugal o consumo aos 13 anos é cada vez menor.