Contas e Tancos: Costa não entra em ping-pong e só há um furacão que o preocupa
O líder socialista reitera que Tancos é uma questão de justiça e nem com a entrada de José Sócrates toca no assunto.
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António Costa acredita que Rui Rio se está a refugiar noutros temas por não ter uma "alternativa credível" para apresentar ao país. Numa arruada em Almada, o líder socialista atacou o presidente do PSD e desviou o apoio de José Sócrates para... o furacão Lorenzo.
Questionado sobre a questão das contas sociais-democratas, o líder do PS garantiu que não está para jogos. "Não vou estar neste ping-pong, já toda a gente percebeu que a escolha que temos a fazer agora é entre um Governo com o PS ou sem o PS."
"Rui Rio teve muitas oportunidades de conseguir apresentar uma alternativa credível ao país e falhou, não tem alternativa, não tem programa, não tem equipa, portanto refugia-se em casos", acusou o secretário-geral do PS.
E nem a chegada de Sócrates à campanha foi suficiente para que Costa abordasse o assunto: "É um tema que está fora da minha campanha", disse, remetendo para o furacão Lorenzo, o fenómeno natural que deixou os Açores em alerta vermelho.
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"A atualidade dos políticos é aquilo para o qual os políticos podem dar algum contributo, neste momento é um furacão que é muito ameaçador para os Açores, que o IPMA sinalizou com alerta vermelho", apontou.
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Ainda sobre Tancos, mas mais precisamente sobre as relações e a Presidência, o líder socialista recusou essa perspetiva e defendeu que "as relações institucionais deste Governo são sempre corretas, positivas, construtivas com todos os órgãos de soberania, seja com a justiça, Assembleia República ou Presidência da República".
"Este foi o Governo que maiores pontes conseguiu estabelecer quer ao nível da concertação social, quer entre uma maioria parlamentar [de esquerda] e uma maioria presidencial de sentido distinto. Este Governo estabeleceu pontes com as autonomias regionais e com a autonomia do Poder Local. Do ponto de vista do Governo, isso nunca mudou nem poderá mudar", referiu.
Arruada pequena e eficaz
Antes e depois das declarações aos jornalistas, o líder do PS andou a distribuir boa disposição, muitas rosas e pedidos de voto. Almada recebeu Costa de braços abertos, numa arruada curta, mas eficaz para o PS. O líder socialista foi bajulado, recebeu beijos e abraços e muitas promessa da "cruzinha na mãozinha do PS".
No fim da rua onde se deu grande parte do passeio, o secretário-geral passou ao lado de um palanque montado no local, não falou e prosseguiu caminho. Queria medir o pulso à população, responder aos pedidos de selfies e andar no meio da população.
A arruada acabou por sair das ruas, ocupou estradas e a passagem dos autocarros e levou até a pequenas críticas. "Não deixam passar o autocarro, não fazem nada." Porém, no minuto seguinte, Costa aproximou-se e a mulher transformou as palavras em sorrisos, quis receber um beijinho do líder socialista, uma rosa e admitiu gostar do secretário-geral do PS.
Estava na hora, Costa não voltou ao local do palanque, entrou no carro e seguiu caminho. À noite há comício em Coimbra.