Questionada sobre a substituição de Marta Temido por Manuel Pizarro, Alexandra Leitão afirma que, apesar da continuidade das políticas, o resultado pode ser diferente porque os ministros são diferentes. A antiga ministra defende ainda que o Governo deveria ter avançado com a aplicação de um imposto sobre os lucros extraordinários das empresas.
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A antiga ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública considera que mudar de ministros na pasta da Saúde terá sempre influência nos resultados das políticas definidas pelo Governo. Questionada no programa da TSF e CNN Portugal, O Princípio da Incerteza, sobre a substituição de Marta Temido na pasta da Saúde por Manuel Pizarro, Alexandra Leitão lembra que apesar da continuidade das políticas, o resultado das mesmas pode ser diferente porque os ministros são diferentes.
"Sem prejuízo de sabermos que as políticas públicas são políticas do Governo e do programa do Governo e aprovadas, designadamente quando são matéria legislativa, em Conselho de Ministros, também acho importante que se saiba que os ministros não são fungíveis e a circunstância de ver uma continuidade das políticas não faz com que seja indiferente se é o ministro A ou o ministro B", considera, sublinhando que "estes dez dias de dilação entre o momento em que a senhora ministra cessante entendeu sair e ainda apresenta um diploma legislativo importante, para quem entra não será propriamente o mais confortável".
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Nesta entrevista, Alexandra Leitão defendeu ainda que o Executivo deveria ter avançado com a aplicação de um imposto sobre os lucros extraordinários das empresas, concordando, assim, com a opinião do presidente do PS, Carlos César.
"Da mesma maneira que há pessoas que, neste momento, estão a perder por via da inflação, há empresas que estão a ganhar. Reitero que sou a favor de que se estude para implementar o modelo de um imposto extraordinário, porque da mesma maneira que há quem esteja a perder muito, há quem esteja a ganhar muito. Acho que faz parte de um equilíbrio social essa intervenção", acrescenta.