Conto sobre o casamento do caranguejo Crapi ensina o fundo do mar às crianças de Esposende
Projeto TransForMar inclui lançamento de livro, podcast e peça de teatro em 2022. Iniciativa do município, com apoio de escolas e financiamento do 'Programa Crescimento Azul'.
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Um conto sobre o casamento de um caranguejo chamado 'Crapi' vai ensinar às crianças e jovens de Esposende o que se passa no fundo do mar. Uma forma de sensibilização ambiental, com recurso à criatividade e à fantasia, que além de um livro, inclui também a divulgação da história em podcast e a sua adaptação a teatro durante o ano de 2022.
Trata-se do projeto TransForMar, desenvolvido no âmbito da temática da Literacia dos Oceanos, pelo Município de Esposende, em parceria com a Esposende Ambiente, e com o apoio institucional do Agrupamento de Escolas António Correia de Oliveira e do Agrupamento de Escolas António Rodrigues Sampaio. Tem uma dotação total de 34 mil euros e conta com financiamento de 25 mil pelo Programa Crescimento Azul (Small Grants Scheme#3). "É um projeto que tem como missão contribuir para o aumento da literacia dos oceanos em Esposende. É bastante simples na sua estrutura, mas pensamos que em termos de resultados terá uma amplitude generalizada ao nível do concelho", afirma Anabela Almeida, responsável pelo Departamento de Promoção da Sustentabilidade da Esposende Ambiente.
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O conto só vai ser revelado ao público no início de 2022, mas podia começar assim: Era uma vez um caranguejo chamado Crapi que vivia no mar de Esposende e ia casar. Para já sabe-se que foram convidadas para o casamento de 'Crapi', famílias de muitas espécies da comunidade subaquática residente no Parque Marinho do Litoral Norte. Até porque, um dos objetivos é dar a conhecer os habitats marinhos presentes no mar de Esposende, mais concretamente no Parque Marinho do Litoral Norte. A narrativa aborda, ainda, as ameaças e os riscos que pendem sobre os oceanos. "O mais difícil do projeto foi construir uma história criativa e apelativa para a população mais jovem, mas que não deixasse o principal propósito, que era dar a conhecer os habitats e os ecossistemas do parque, que é área protegida, e permitir que as crianças que não tem oportunidade de visitar o fundo do mar, tenham a perceção que este não é todo igual e que existem várias comunidades e espécies diferentes", referiu Anabela Almeida.
A personagem principal do conto, Crapi, é inspirada no caranguejo pilado, uma espécie comum que diz muito às gentes antigas de Esposende. "É um animal que normalmente passa despercebido, mas que para Esposende tem bastante importância, porque foi muito pescado e utilizado na fertilização dos campos agrícolas pelos nossos antepassados", explica aquela responsável, adiantando que o conto inclui outras personagens, dando a conhecer mais espécies emblemáticas, como "o lavagante, o polvo, a estrela-do-mar e as não tão conhecidas, como é o caso do peixe-porco, marachomba, percebes e da própria barroeira, responsável pelos recifes que temos na costa".
Esta viagem ao fundo do mar de Esposende foi escrita para crianças com base científica e está, de momento, na fase de ilustração, para poder ser publicada nos primeiros meses do próximo ano. E depois dramatizada. "Tivemos uma atriz a trabalhar connosco na criação da história e um consultor, o nosso Biólogo Marinho, Doutor Vasco Ferreira, para dar algum apoio à parte técnica e científica do projeto. E agora que já sabemos o caminho que queremos seguir, passamos à fase seguinte de ilustrar e criação do podcast", revela a coordenadora do Departamento de Promoção da Sustentabilidade da Esposende Ambiente.
Por entre recifes e florestas submarinas, a festa do casamento de fantasia no fundo do mar promete, de resto, ser bonita. "Há todo um caminho que é percorrido, desde o local onde está o nosso 'Crapi' até encontrar a sua noiva e todas as aventuras que este vai viver. Acompanhando a sua viagem, conseguimos visualizar o [fundo do] mar de Esposende", conclui Anabela Almeida.