Contra "erros do passado", Brilhante Dias pede PS unido à volta de um "candidato presidencial forte"
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O novo inquilino do Palácio de Belém só será escolhido pelos portugueses dentro de três anos, em janeiro de 2026, mas no PS já vão surgindo nomes "elegíveis" para a sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa. Eurico Brilhante Dias alerta que o partido não deve "cometer os erros do passado" e pede "um candidato forte" e unânime.
Augusto Santos Silva e António José Seguro são dois nomes que vão surgindo nos corredores socialistas, curiosamente, dois políticos com proximidade ao atual líder parlamentar do PS, mas Eurico Brilhante Dias evita "futurologias".
Em entrevista à TSF, no último dia das jornadas parlamentares do PS, na Madeira, Brilhante Dias lamenta que "desde Jorge Sampaio", os socialistas "não tenham um candidato forte e ganhador". Depois do antigo Presidente da República, o PS nunca voltou a ganhar presidenciais.
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O PS cometeu erros próprios e nem sempre temos andado bem nas presidenciais
"Aquilo que gostava mesmo, e era importante que a minha área política fizesse essa reflexão, é que tivéssemos um nome forte, com uma trajetória política sólida e que pudesse enfrentar os candidatos que à direita irão aparecer", apela.
Mário Soares e Manuel Alegre concorreram juntos nas eleições de 2006, perdidas para Cavaco Silva. Contra Marcelo Rebelo de Sousa, os socialistas voltaram a estar divididos, tanto com António Sampaio da Nóvoa, como com Ana Gomes.
Santos Silva ou António José Seguro?
As eleições "são individuais" e, nesta fase, "aparecem muitos nomes". No entanto, o conselho de Eurico Brilhante Dias é para que, nas próximas presidenciais, os socialistas "sejam capazes de estar em torno de um candidato forte".
"O PS cometeu erros próprios e nem sempre temos andado bem na aproximação às eleições presidenciais. Que são eleições individuais. O PS não pode regressar a essa posição, que diminuiu o nosso espaço político", avisa.
Era útil que todos fossemos capazes de estar em torno de um candidato forte
Questionado se António José Seguro se enquadra no perfil traçado, o líder parlamentar do PS, que foi um dos distintos apoiantes do antigo líder socialista, reconhece que "ele tomará as opções que entender"
"Mais do que apresentar um cardápio de potenciais candidatos, sendo que há uns que têm uma trajetória mais consolidada, quero apenas dizer que, no momento das decisões, era útil que todos fossemos capazes de estar em torno de um candidato forte", reforça.
E acrescenta, aos microfones da TSF: "O espaço do socialismo democrático e da social-democracia deve encontrar esse nome para termos em Belém um socialista que reconheça na matriz ideológica do PS uma bússola importante para conduzir a República".
