O Movimento Algarve Livre de Petróleo quer que o Presidente da República convença o Primeiro-Ministro a suspender a exploração petrolífera na região.
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O MALP mostra a indignação pelo silêncio e pela ausência de resposta do primeiro ministro face às preocupações apresentadas em maio pelo Movimento Algarve Livre de Petróleo (MALP).
Se a exploração de petróleo avançar, diz o movimento, vai assistir-se a um "ecocídio".
Já entregaram em mãos uma carta ao Primeiro-Ministro, mas consideram que António Costa não está a dar a devida atenção ao assunto.
Por isso, o MALP sobe um degrau na hierarquia e faz o apelo ao Presidente da República.
João Manuel Martins, porta-voz do Movimento, diz que não aceitam a exploração de petróleo e gás natural na região, porque ela irá destruir todo o ecossistema.
Daí o apelo ao chefe de Estado que, "talvez com maior sensibilidade", interceda junto do Primeiro-Ministro na defesa da vida das populações do Algarve.
Mesmo depois de o governo ter enviado para a Procuradoria-Geral da República o contrato de concessão de exploração de petróleo em terra, atribuído à Portfuel, a empresa de Sousa Cintra, o MALP considera que essa atitude não chega.
Esse é apenas um contrato entre muitos outros, diz João Martins. "Temos já a consulta pública a decorrer até 22 de Junho para um furo ao largo de Aljezur e, em Setembro
ou Outubro teremos a exploração de gás pelo consórcio Repsol/ Partex ao largo de Faro".
Segundo João Martins, António Costa já disse, por mais do que uma vez, na Assembleia da República, que os contratos são para cumprir. Declarações que o MALP considera "preocupantes".
No Algarve, contra a exploração de hidrocarbonetos, têm-se levantado as vozes dos autarcas, empresários e movimentos ambientalistas. Mas há contratos celebrados com empresas petrolíferas para exploração de petróleo em vários pontos do território nacional.