Taciano Alfredo Teixeira Correia é suspeito de ter autorizado uma encenação na recuperação do arsenal de guerra.
Corpo do artigo
O coronel da GNR Taciano Alfredo Teixeira Correia foi detido, este sábado, no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, no âmbito do caso de Tancos, avança o Jornal de Notícias . O coronel regressava de um período de férias na República Centro Africana.
Fonte judicial confirmou à Lusa que o coronel foi constituído arguido no processo do furto de armas de Tancos, tendo ficado proibido de se ausentar do país.
Teixeira Correia era o diretor da investigação criminal da GNR no momento em que as armas foram roubadas dos paióis, mas também quando o material foi recuperado.
O JN revela ainda que o coronel é suspeito de ter dado autorização à Guarda para que fosse feita uma encenação no momento de recuperar as armas de guerra, mais precisamente através dos militares do Núcleo de Investigação Criminal de Loulé.
As medidas de coação ao coronel Teixeira Correia, que é o 25.º arguido do processo, foram aplicadas após ter sido presente ao primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.
O furto de armas de guerra nos paióis de Tancos foi divulgado em 29 de junho de 2017.
Um dos arguidos do processo é o ex-ministro da Defesa Nacional José Azeredo Lopes, que está proibido de contactar com os outros arguidos, com o seu ex-chefe de gabinete e com o antigo chefe de Estado Maior do Exército, general Rovisco Duarte.
Quase três meses após a divulgação do furto das armas, a Polícia Judiciária Militar (PJM) revelou o aparecimento do material, na região da Chamusca, a 20 quilómetros de Tancos, em colaboração com elementos do núcleo de investigação criminal da GNR de Loulé.
O processo de recuperação do material militar levou a uma investigação judicial, por suspeitas de associação criminosa, tráfico de armas e terrorismo no furto do armamento e durante a qual foram detidos o agora ex-diretor da PJM Luís Vieira e o antigo porta-voz da PJM Vasco Brazão e três militares da GNR, num total de oito militares.
Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições.