O novo bastonário da Ordem dos Médicos alerta que os cortes no transporte gratuito no Serviço Nacional de Saúde vão levar alguns doentes a desistirem dos tratamentos.
Corpo do artigo
O Ministério tutelado por Ana Jorge vai limitar as situações em que o doente não urgente tem direito a transporte gratuito, uma situação que está a preocupar a Ordem dos Médicos.
Para José Manuel Silva,esta situação «será prejudicial e implicará custos indirectos superiores às poupanças directas», por isso não será «por aqui o caminho para estabelecer o equilíbrio económico do país».
«Há muita gordura do Estado que pode ser cortada e não vemos o Estado a ser rigoroso na sua própria gestão. É inadmissível que sejam os doentes a pagar as facturas das dificuldades económicas do país», comentou.
A tutela prevê excepções para esta regra do pagamento do transporte de doentes não urgentes, para, por exemplo, transplantados, doentes com cancro ou que estão a fazer hemodiálise.
«Doentes com sequelas de acidente vascular cerebral que necessitam de fisioterapia intensiva para recuperar essas mesmas sequelas poderão ficar com maiores limitações funcionais, o que tem como implicação custos para a saúde da população que implicação despesas indirectas muito superiores às poupanças com a restrição dos transportes», explicou.
José Manuel Silva rematou afirmando não ter dúvidas de que haverá doentes a desistir dos tratamentos.