Foi com ironia que o secretário-geral do PS falou sobre cenários pós-eleitorais. Em entrevista ao semanário Sol, António Costa revelou "proximidade programática" com Manuela Ferreira Leite e garante que todos os militantes estão convocados para a campanha, incluindo António José Seguro.
Corpo do artigo
António Costa diz que Passos Coelho é uma pessoa simpática, amável e cortês, mas de uma arrogância intelectual que o conduz à intransigência e com quem é impossível um entendimento. O candidato socialista às legislativas refere, contudo, que não há comparação possível entre a experiência de vinte anos que tem na política portuguesa, e os quatro anos que o primeiro-ministro Passos Coelho tem para mostrar aos portugueses. E, acrescenta, que não há risco de sendo primeiro-ministro, ser confrontado com um passado obscuro.
Numa entrevista ao semanário Sol, em vários momentos, o líder dos socialistas apela à maioria absoluta para o PS nas legislativas e recusa um cenário de coligação pós eleitoral com o CDS ou o PSD. "O bloco central, por definição, é uma solução má. A não ser em situações extremas. Se um dia tivermos uma ameaça de invasão de marcianos acho normal um governo de unidade nacional", refere o secretário-geral do Partido Socialista.
O Sol perguntou a António Costa se Pacheco Pereira e Manuela Ferreira Leite seriam bem vindos num governo por ele liderado. Sobre a antiga líder laranja, agora comentadora, diz, que há "proximidade programática. Há uma identidade de pontos de vista significativa".
António Costa diz que os eleitores têm nas mãos, em outubro, a resolução de um dilema. Das duas uma, ou dão uma maioria absoluta, e resolvem um problema, ou não dão, e criam um problema.
Sobre Antgónio José Seguro, seu antecessor na liderança do PS, Costa diz que "todos os militantes estão convocados para participarem na campanha eleitoral. Não quero forçar ninguém, mas é meu desejo que todos participem. Ele, que é um militante qualificado, que espero que tenha uma participação qualificada".
Nesta entrevista, António Costa volta a não concretizar um valor para o aumento que defende do salário mínimo, mas insiste que o valor deve ser revisto no próximo ano. Critica a fúria privatizadora do governo, que agora pretende atacar os serviços públicos, vendidas que estão quase todas as empresas pública, fala de um governo composto por mais ministros que o atual, dando um relevo positivo a assuntos como a Europa, a Cultura ou o Mar, sem que para isso sejam criadas estruturas orgânicas ministeriais.