"Desde a Lituânia a Cuba" é quase consensual a "preocupação" sobre agressão da Rússia à Ucrânia
António Costa acredita que o impasse sobre o acordo com o Mercosul será desbloqueado "até ao final do ano".
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O primeiro-ministro António Costa destacou esta terça-feira a forma quase consensual com que os líderes dos países da América Latina/Caribe e os da União Europeia abordaram "com preocupação" a Guerra da Rússia contra a Ucrânia.
"Com exceção da Nicarágua, todos os países, desde a Lituânia a Cuba, acordaram um texto comum onde manifestaram preocupação sobre a guerra da Rússia contra a Ucrânia, para uma paz justa e duradoura e de apoio à iniciativa do secretário-geral das Nações Unidas", frisou o primeiro-ministro.
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Mas, António Costa considera que a União Europeia precisa fomentar novas parcerias no quadro geopolítico, através de "um esforço acrescido para poder encontrar amigos, parceiros, aliados em outras regiões do mundo".
"Acho que a Europa tem dado sinais, no último ano, de ter compreendido e de querer recuperar muito do tempo perdido", sublinhou António Costa, numa cimeira em que se arrastou a discussão sobre enquadramento relativamente à Guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Costa considera que a União Europeia e a América Latina e o Caribe "podem e devem trabalhar em conjunto" a nível político, no quadro das instituições internacionais, mas também tirar proveito do "potencial económico". O primeiro-ministro entende que as questões ligadas à transição energética são melhor exemplo.
"Quando uma das regiões tem a maior reserva de lítio e a outra a maior indústria automóvel, todos temos de trabalhar em conjunto em vez de ficar a depender de terceiros", afirmou.
A concretização do acordo entre a União Europeia e o Mercosul foi o outro tema que marcou o debate. António Costa acredita que o impasse será desbloqueado "até ao final do ano", e espera que Bruxelas obtenha resposta a propósito de algumas questões em dúvida no acordo, em particular os temas laborais e defesa do ambiente, que constam da "declaração interpretativa" enviada por Bruxelas aos países do Mercosul.
"Foi acordada a resposta que vão apresentar nas próximas semanas à União Europeia sobre o documento complementar e isso significa que vamos poder avançar no sentido de obter um acordo e todos estamos a trabalhar com o mesmo objetivo que esse acordo surja até o final da presença espanhola, ou seja, até ao final do ano", afirmou.
Notícia substituída às 16h46