"Felizmente, das nove denúncias só duas são relativas aos fundos geridos pelo Estado"
O primeiro-ministro afirma que "investigações, felizmente, não faltam" sobre os fundos de Pedrógão Grande
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António Costa assegura que não faltam investigações sobre eventuais fraudes relacionadas com os fundos destinados à reconstrução das casas que ficaram destruídas depois dos incêndios do ano passado em Pedrógão Grande.
"Tanto quanto me lembro, quando essas denúncias surgiram na Visão, aqui há umas semanas, a Procuradoria-Geral da República anunciou que ia abrir uma investigação. Portanto, essa investigação deve estar aberta. Vi hoje no jornal que o senhor presidente da Câmara também vai apresentar [uma queixa]. Investigações, felizmente, não faltam.", diz o primeiro-ministro.
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Em causa estão os factos revelados por uma investigação da revista Visão e por uma reportagem da TVI que denunciam o favorecimento a familiares e amigos de autarcas locais em reconstruções de casas, algumas das quais não eram habitadas há vários anos.
O primeiro-ministro defendeu que "se houver fraude essa fraude tem que ser punida", mas sublinhou que não se deve antecipar conclusões: "É para isso que as instruções de investigação criminal existem."
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António Costa realçou ainda que "felizmente" a maior parte das denúncias não estão relacionadas com fundos geridos pelo Estado: "Felizmente, verifiquei que do conjunto das nove denúncias que foram feitas só duas são relativas aos fundos geridos pelo Estado, todos os outros são geridos por entidades privadas."
O presidente da câmara de Pedrógão Grande confirmou esta manhã à TSF que está a preparar uma queixa para enviar ao Ministério Público sobre o processo de reconstrução das casas atingidas pelos fogos de 2017, remetendo explicações para mais tarde.
O pedido segue para a Procuradoria-Geral da Repúbica, depois da reportagem da TVI. O presidente do município considera que o trabalho emitido na quarta-feira tem denúncias graves e difamatórias, uma vez que considera que a atuação do autarca, da vice-presidente e de outros funcionários da Câmara foi posta em causa.