Apesar das "incertezas", Costa quer ser "referencial de tranquilidade" com pensões e salários "acima da inflação"
António Costa fala pela primeira vez depois da entrega do Orçamento do Estado.
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O primeiro-ministro considerou esta terça-feira que o Governo se assume como um referencial de tranquilidade numa conjuntura internacional de elevada incerteza, longe do frenesim das "30 declarações por dia" e com capacidade continuada para estabelecer compromissos.
"Quando apresentamos um Orçamento, nós já estamos habituados que se diga tudo e o seu contrário. Sobre este, para 2023, já ouvi dizer que é excessivamente otimista, ou que é excessivamente prudente, eu diria que é equilibrado", começou por observar o primeiro-ministro, antes de se referir ao acordo de médio prazo que o executivo fechou no domingo com as confederações patronais e com a UGT.
"No domingo passado conseguimos assinar um apoio de médio prazo para melhoria dos rendimentos dos salários e da competitividade com todas as confederações patronais e com a UGT. Os tempos são incertos, mas não há nada como manter o rumo e determinação em alcançar os objetivos. Nada nos deve demover. Não fomos eleitos com base no cheque em branco, fomos porque temos um programa para cumprir e o nosso dever é cumpri-lo", recordou António Costa.
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Depois, fazendo um sorriso, deixou um pedido: "Entendam-se".
"A minha regra é simples, dialogamos com todos, na Assembleia da República e na concertação social, procuramos acordo com todos para bem dos país. Por isso, nestes momentos de intranquilidade, temos ser mesmo o referencial de tranquilidade", sustentou.
Numa mensagem em que não identificou o destinatário, o primeiro-ministro advogou o seguinte: "A tranquilidade não se afirma no frenesim de andarmos a correr de um lado para o outro, fazer 30 declarações por dia e andarmos um dia a dizer uma coisa e outro dia a dizer outra coisa".
"A tranquilidade afirma-se transmitindo aos portugueses uma mensagem muito clara: Todos sabemos bem em que mundo estamos hoje a viver; os portugueses conhecem bem o programa que apresentámos e em que os portugueses votaram; os portugueses sabem que, do lado do PS, do lado deste Governo, poderão sempre contar com um determinação inabalável para alcançarmos os objetivos a que nos propusemos. Quanto maiores forem as dificuldades, maior será a nossa vontade de as superar", sublinhou.
Apesar do período de incerteza que o país e o mundo atravessam, Costa mostrou-se otimista e lembrou também o processo de descentralização e os progressos na tomada de decisão em relação ao aeroporto. Outros dos pontos do Orçamento do Estado destacados por Costa foram as prestações sociais, as pensões e o salário mínimo. No que toca às prestações sociais, lembrou que o PS propõe "uma atualização do indexante de apoio social de 8%, acima da inflação deste ano, de 7,4%". As pensões "subirão em linha ou acima da taxa de inflação" deste ano e o salário mínimo "vai subir mais 7,8%".
O primeiro-ministro reuniu-se com o grupo parlamentar do PS, na Assembleia da República, depois da entrega do Orçamento do Estado, para ouvir os deputados socialistas, antes da discussão do documento, que tem aprovação garantida pela maioria absoluta.
O ministro das Finanças, Fernando Medina, entregou na segunda-feira o Orçamento do Estado, no Parlamento, seguindo-se a conferência de imprensar para detalhar as medidas.
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