Costa para lá de 2026? "Ninguém deve excluir essa vontade do primeiro-ministro"
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Eurico Brilhante Dias não exclui a continuidade de António Costa à frente do PS e, quem sabe, do Governo, para lá de 2026, ano em que termina a legislatura e o mandato da atual direção socialista, caso seja renovado em março de 2024. O líder parlamentar do PS, em entrevista à TSF, antecipa que a entrada em cena de Pedro Nuno Santos, como deputado, não criará problemas à direção da bancada.
O início da semana ficou marcado pelas palavras de António Costa, assegurando que é o "garante da estabilidade" e fechando a porta a um cargo europeu depois das eleições europeias de 2024, mesmo que pressionado pelos parceiros na União Europeia. A legislatura é para ser levada até 2026 e, depois dessa data, está tudo nas mãos do atual primeiro-ministro.
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O último capítulo de António Costa à frente do Governo já teve uma data anunciada, para o final de 2026, mas o primeiro-ministro deixou em aberto a continuação da história para lá do término da legislatura, admitindo que em 2026 "verá o que irá fazer".
O líder parlamentar socialista avisa os militantes e a opinião pública que "não devem excluir" a continuidade de António Costa, numa decisão que só pode ser tomada pelo próprio, mas a apetência do primeiro-ministro por lugares executivos "é conhecida".
"É verdade que o primeiro-ministro está nesse lugar há muito tempo. Mas, em bom rigor, não devemos excluir a possibilidade de, em 2026, o partido voltar a confiar em António Costa para ser o candidato a primeiro-ministro", recomenda.
Brilhante Dias adverte, no entanto, que para o partido chegar a 2026 na linha da frente, "em melhores condições de disputar as eleições", deve "governar bem e implementar o programa apresentado aos portugueses.
Pedro Nuno? PS "fica mais forte quando acolhe um quadro do partido qualificado"
As jornadas parlamentares do PS, que decorreram na Madeira, marcaram não só o virar de página de uma fase controversa para o Governo, com a comissão parlamentar de inquérito à TAP, mas também a antecipação de uma nova dança de cadeiras de deputados socialistas: sai Rosa Venâncio e entra Pedro Nuno Santos.
Aquele que é visto por muitos como o sucessor natural de António Costa, Pedro Nuno Santos, regressa à Assembleia da República, como deputado, depois de ter deixado o Governo no final de dezembro do ano passado, depois da polémica indemnização de meio milhão de euros a Alexandra Reis.
O líder parlamentar socialista admite que o PS pode confrontar-se com "problemas" caso "as opiniões diferentes impliquem estratégias políticas claramente diferentes", no entanto, está convicto que "não é o caso" de Pedro Nuno Santos.
"O Pedro Nuno faz parte da nossa equipa, fazia parte da nossa equipa no Governo e agora faz parte da nossa equipa no Parlamento. Tem as suas opiniões, como outros deputados têm as suas opiniões. Nunca acreditei que o PS fosse mais forte por ser monotemático e com mono-opinião", afirma.
Questionado se o antigo ministro das Infraestruturas criará problemas adicionais à direção da bancada, Eurico Brilhante Dias solta um redondo "não", acrescentando que "essas especulações acabam por condicionar a atividade política do Pedro Nuno".
"O grupo parlamentar fica sempre mais forte quando acolhe um quadro do partido qualificado, com experiência governativa. Sempre vimos estas oportunidades como oportunidades de reforço da ação política do grupo parlamentar", acrescenta.
