Costa pede "coordenação" à PSP e GNR. Governo aumenta para 3.7 milhões limite para despesas
O Governo deu posse ao novo comandante-geral da GNR e ao diretor nacional da PSP.
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A PSP e a GNR vão poder gastar até 3.7 milhões de euros, para dar resposta à requalificação de edifícios e à renovação da frota automóvel. O anúncio foi feito pelo ministro da Administração Interna na cerimónia de posse dos novos líderes da PSP e da GNR, presidida pelo primeiro-ministro.
Como novo comandante-geral da GNR tomou posse o tenente-general Rui Ribeiro Veloso, e para diretor nacional da PSP, entra o superintendente-chefe Barros Correia.
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Pela primeira vez, o comandante geral da GNR e o diretor nacional da PSP tomaram posse em conjunto. Facto destacado pelo primeiro-ministro que pede coordenação às duas forças policiais "pela segurança do país".
"A produção de segurança é cada vez mais uma tarefa exigente e colaborativa. Exige uma cultura de segurança na sociedade, mas um espírito de cooperação entre as duas forças de segurança, entre estas e as Forças Armadas e com as demais forças e serviços", apelou.
A GNR será comandada, pela primeira vez, por um oficial de carreira da Guarda, ou seja, o Exército sai de cena. Pelo que António Costa agradeceu "aos que ao longo de décadas serviram na PSP, primeiro, e depois na GNR".
O secretário-geral da Comissão Coordenadora Permanente dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança, César Nogueira, afirma que "o diretor-geral é conhecedor das dificuldades, é conhecedor daquilo que é necessário para a guarda", pelo que é isso que o organismo promete "exigir" ao novo dirigente.
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"Exigimos mais responsabilidades ao novo comando geral, por isso mesmo, porque se exigimos que fosse um comandante geral da própria casa, também é para ter mais exigência", defende, destacando ainda que o tenente-general Rui Veloso "tem um papel preponderante junto da tutela", que passa também por "exigir aquilo que é necessário a nível de remunerações e do orçamento para a própria instituição funcionar".Ao lado do primeiro-ministro, sentou-se a ministra da Defesa, Helena Carreiras, assim como o ministro José Luís Carneiro. A cerimónia contou ainda com a procuradora geral da República e com o presidente da Câmara de Lisboa.
O valor para as despesas das forças de segurança também aumenta significativamente, o teto passa de 350 mil euros para 3.7 milhões de euros. Já no final da sua intervenção, José Luís Carneiro destacou que o valor "permite evitar a degradação do vasto património móvel e imóvel".
Paulo Santos, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), considera que "mais importante do que os números que estão anunciados, são aqueles números que são executados".
"Aquilo que os últimos anos têm dito é que, efetivamente, muitas vezes se fazem anúncios de números e aquilo que é a concretização e a execução desses números não corresponde", atira.
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O líder da ASPP sublinha, contudo, que a prevenção destas situações, é um papel que o novo diretor nacional pode assumir, uma vez que este "é conhecedor da realidade".
"Os comandantes têm denunciado várias vezes aquilo que são as dificuldades e os obstáculos que temos na instituição, por isso, compete aqui também ao diretor-nacional, naquilo que vinha a dizer, não branquear a questão, não branquear a atual situação da PSP, dar a conhecer ao próprio ministro as necessidades, para que haja uma pressão junto da tutela para que haja investimento", defende.
Depois de vários elogios ao seu currículo, o novo comandante geral da GNR, Rui Ribeiro Veloso, admite que toma posse quando "a liberdade e a segurança sofrem pressões e ameaças que fomentam a incerteza", pelo que este "é um momento particularmente difícil".
E o mesmo referiu o novo diretor nacional da PSP, José Barros Correia, lembrando que "a segurança é o primeiro fator de liberdade que promove a consolidação democrática e um Estado seguro".
A cerimónia estava prevista para o Claustro Principal do Ministério das Finanças, mas o temporal, com chuva forte, obrigou à deslocação para o salão nobre do ministério liderado por Fernando Medina.