António Costa pede "prudência" na capital, esperando controlo de casos dentes sem novas medidas. Casos devem-se a "celebrações familiares", e sem "correlação" com festejos.
Corpo do artigo
O primeiro-ministro manifestou-se hoje esperançado que seja possível conter o aumento de casos na capital, antes das "duas avaliações" que "implicariam" novas medidas para controlar a pandemia. A falar em Bruxelas, à margem da cimeira europeia, Costa considerou que os dados recolhidos em Lisboa estão controlados.
"A situação em Lisboa tem vindo a aumentar, embora a explicação da totalidade dos casos deve-se sobretudo a surtos bastante localizados, [e] outra parte tem uma localização bastante definida do ponto de vista geográfico", afirmou o chefe do Governo, esperando que as medidas que já estão em prática sejam suficientes.
"Designadamente o reforço da testagem direcionada, a despistagem e o isolamento precoce das pessoas que tenham estado infetadas, ou tenha estado em contacto com pessoas infetadas, temos esperança de poder conter este crescimento, antes de haver as duas avaliações que implicariam uma alteração da situação no concelho de Lisboa", afirmou.
TSF\audio\2021\05\noticias\25\joao_francisco_guerreiro_antonio_costa_final_cimeira_bruxelas_19h
Questionado se encontra razões para o aumento do número de infeções, António Costa excluiu que os festejos associados ao final do campeonato sejam uma das causas, uma vez que considera que "não há correlação".
"Não me parece haver grande evidência", afirma o primeiro-ministro, admitindo que "há alguns casos de pessoas que estão infetadas e que participaram nos festejos, mas a fazer fé nas imagens que vi na televisão do número de pessoas que estavam nos festejos e o número de casos que estão registados como tendo participado nos festejos, diria que não há aí uma forte correlação".
Para o primeiro-ministro a razão do aumento do número de infeções também não se deve à abertura ao turismo estrangeiro, pois "os casos têm sido muito associados mais a celebrações familiares, ou determinadas condições habitacionais, do que propriamente aos turistas do Reino Unido, [e] essa relação não tem sido estabelecida".
13767854
António Costa considera até que "faz sentido", estudar uma revisão da matriz de risco, "alcançando a vacinação de toda a população a cima dos 60 anos, que corresponde a cerca de 96 por cento da faixa etária que teve consequências mais gravosas".
"Faz sentido ponderarmos os critérios que estão em vigor", afirmou, admitindo que depois da reunião com especialistas, no auditório do Infarmed, na próxima sexta-feira, o governo possa decidir sobre essa revisão, já "na próxima semana", na reunião do Conselho de Ministros.
António Costa falava no final da Cimeira Europeia em que os 27 expressaram satisfação com a evolução da pandemia na união europeia e que está tudo a posto para a 1 de julho colocar em prática o certificado da Covid-19 da União Europeia.
A este propósito o chefe do governo adiantou que "a Comissão informou que, do ponto de vista operacional, terá tudo pronto no próximo dia 01 [de junho]", que vai começar a fase de testes "nos diferentes países (...) com a ligação e o funcionamento do sistema", dando garantias de que o sistema estará "em vigor no próximo dia 01 de julho".
"Nós temos vindo a trabalhar, por um lado, na criação das condições técnicas para a emissão de certificados digitais para os residentes em Portugal e, por outro lado, para a instalação nos aeroportos dos mecanismos de leitura dos certificados digitais de que terceiros sejam portadores", afirmou António Costa, acrescentando que Portugal também vai "entrar em fase de testes no final desta semana e, portanto, o mês de junho vai ser sobretudo um mês para testes destas aplicações e verificação de que tudo possa funcionar corretamente".
13762194