A candidatura de António Costa entregou hoje alterações ao projeto de regulamento da direção do PS para as eleições primárias, defendendo que a segurança do processo impõe que os cadernos eleitorais encerrem a 31 de julho
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Na quinta-feira à noite, em reunião da Comissão Política Nacional do PS, será discutido e aprovado o regulamento das eleições primárias para a escolha do candidato socialista a primeiro-ministro - ato eleitoral que está já marcado para 28 de setembro e que é aberto a simpatizantes deste partido.
Em declarações à agência Lusa, o dirigente socialista Duarte Cordeiro afirmou que as propostas de alteração apresentadas pela candidatura do presidente da Câmara de Lisboa ao projeto subscrito pelo secretário-geral do PS, António José Seguro, incidem globalmente sobre seis áreas.
«Os cadernos eleitorais devem fechar mais cedo do que na proposta do secretário-geral (uma semana antes do ato eleitoral) para ser possível uma fiscalização eficaz e um período razoável para a apreciação de eventuais reclamações. Propomos a data de 31 de julho para o encerramento dos cadernos eleitorais», alegou o vereador da Câmara de Lisboa.
A candidatura de António Costa entende ainda que as eleições primárias devem ter uma comissão de fiscalização autónoma para reforçar as garantias de transparência e de segurança do processo, a par de uma comissão organizadora do ato eleitoral.
«As comissões de fiscalização e de organização devem ser eleitas por dois terços em Comissão Política do PS para obrigar à existência de um consenso amplo», justificou Duarte Cordeiro.
No domingo, na reunião da Comissão Nacional do PS, em Ermesinde, António Costa propôs os ex-ministros Jorge Coelho e António Vitorino para liderarem respetivamente as comissões de organização e fiscalização.
Os apoiantes do autarca de Lisboa discordam da possibilidade aberta pela direção do PS de um cidadão poder votar nas primárias sendo identificado presencialmente por outros dois cidadãos, exigindo, em contrapartida, a necessidade do documento de identificação para o exercício do direito de voto.
Outras das alterações apresentadas passam por especificar no regulamento que as primárias serão ganhas por quem tiver mais votos, ou seja, bastará uma maioria simples, e por inscrever uma garantia de acesso das candidaturas ao sistema informático e à base de dados do sufrágio.
«Com estas propostas queremos reforçar a transparência, a credibilidade e a segurança do processo. Da nossa parte há total abertura para um consenso em torno do regulamento», salientou o apoiante de António Costa.