Medir o levantar de restrições e os efeitos de cada passo tomado são ações necessárias enquanto não há vacina, lembra o primeiro-ministro.
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O primeiro-ministro, António Costa, alertou esta quarta-feira para a necessidade de levantar as medidas de restrição aplicadas de forma "gradual e progressiva", de forma a minimizar contágios até que exista uma vacina para a Covid-19.
"Cada vez que retirarmos uma medida de restrição sem que haja tratamento, o número de contágios vai aumentar. Não vale a pena termos a ilusão de que não é assim", alertou António Costa em declarações aos jornalistas após a reunião semanal com o Infarmed em que participaram também o Presidente da República, o presidente da Assembleia da República, os partidos e os parceiros sociais.
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A cada medida de restrição levantada é necessário "ir medindo para ver se podemos retirar outra", alertou o governante.
"Devemos ser sempre prudentes, progressivos e ir medindo sempre as consequências das decisões para não corrermos riscos. Temos simultaneamente de criar condições de confiança na sociedade e condições para que, com responsabilidade, se possa decidir reabrirem os restaurantes, o comércio de bairro ou as grandes superfícies", declarou o primeiro-ministro.
António Costa procurou destacar a importância do fator confiança social no processo de reabertura, alegando que até se pode decidir que os restaurantes reabram, mas, depois, "se as pessoas não tiverem confiança, também não vão aos restaurantes".
Interrogado uma vez mais sobre o calendário do Governo para começar a levantar restrições à circulação das pessoas e à atividade económica, o líder do executivo voltou a alegar que "não se pode antecipar resultados" em termos de combate à pandemia.
"Serenamente, sem ansiedades, temos de aguardar pelo final do mês, dia 28, para voltarmos a ver qual a avaliação", disse, numa alusão à próxima reunião com epidemiologista no Infarmed, antes de deixar um reparo.
Sem vacina até ao verão de 2021, e com Costa a reconhece que "não podemos ficar fechados em casa" até lá, o primeiro-ministro seguiu as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa, alertando para a necessidade de "conviver socialmente com o vírus".
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Antes, o Presidente da República já tinha defendido que "se abril correr até ao fim como esperamos, em maio os portugueses vão começar a habituar-se à ideia de conviverem socialmente com um vírus que foi vencido no risco que representava - um risco gravíssimo - e passa a ser algo do dia-a-dia."
Estão confirmadas 599 mortes devido à Covid-19 em Portugal, mais 32 nas últimas 24 horas. Há ainda 643 novos casos de contágio, elevando para 18091 o número de pessoas infetadas pela doença, segundo o último boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).