Costa responde à crise nas urgências com recomendação: "Ligar para a Saúde 24"

O primeiro-ministro, António Costa, usa da palavra durante a sessão de abertura II Sustainable Blue Economy Investment Forum, no Centro de Congressos do Estoril, 04 de outubro de 2023. ANDRE KOSTERS/LUSA
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O primeiro-ministro aponta o mau uso das urgências hospitalares, que prejudica "objetivamente, aqueles que precisam mesmo de ser atendidos".
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O primeiro-ministro, António Costa, recomendou, esta sexta-feira, que as pessoas liguem para a linha da Saúde 24 para que não se sobrecarregue as urgências "com necessidades que não são necessárias satisfazer naquele serviço".
"O conselho que eu posso dar é que quem precisa de cuidados de saúde ligue para a linha de Saúde24. Encontrará ajuda profissional, que orientará para o que deve fazer", disse António Costa, à saída da reunião com a Direção-Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS), no Hospital de São João, no Porto.
"Não podemos estar a sobrecarregar um serviço com necessidades que não são necessárias de satisfazer aquele serviço, prejudicando, objetivamente, aqueles que precisam mesmo de ser atendidos nas urgências hospitalares", acrescentou.
Questionado sobre respostas concretas do Governo, Costa não respondeu e reiterou a necessidade de "atuar na procura". Para o primeiro-ministro, a solução passa por uma reforma na "organização do conjunto do país em unidades locais de saúde, de forma a articular de forma mais eficiente os cuidados de saúde primários com os hospitalares" e, por outro lado, pela "generalização do modelo B das USF a todo o país".
"Se passamos a viver no país das maravilhas? Não", disse o primeiro-ministro, antecipando dos próximos dois anos de "tensão" entre "o número de profissionais que se reformam e a formação de novos profissionais que os substituam". No entanto, espera em janeiro ter "o conjunto das peças do puzzle devidamente montadas" para que o cenário no setor da saúde seja melhor.
Sobre a falta de acordo entre médicos e o Ministério da Saúde, António Costa disse que essa "não é uma questão essencial para hoje" e lembra que o Governo apresentou uma proposta global que tem em conta a diversidade laboral e os horários dos médicos.